“Que futuro para o desporto na Região?”
Este foi o tema do debate organizado pelo DIÁRIO e TSF-Madeira, no âmbito do projeto “Ideias que ficam”, que decorreu na passada terça-feira de manhã, iniciativa que contou com a participação do Diretor Regional de Juventude e Desporto, João Santos.
No Auditório da Reitoria da Universidade da Madeira, dirigentes, professores, árbitros e outras entidades abordaram um novo modelo de desenvolvimento desportivo.
Durante o evento, João Santos, admitiu que esse é um dos grandes 'cavalos de batalha' da tutela, frisando que o que mais ambiciona é poder regularizar todas as verbas do passado, a que moralmente o Estado está obrigado, admitindo que as dificuldades notórias no financiamento do desporto poderiam ser hoje bem menos graves se toda a reestruturação que está a se levada a cabo tivesse acontecido mais cedo.
João Santos frisou ainda que os atrasos nos pagamentos que neste momento acontecem explicam-se pela obrigatória transparência e rigor, e por mecanismos burocráticos difíceis de ultrapassar, apesar de ter vincado o "esforço tremendo da administração pública em regularizar as verbas que estão em atraso".
Os clubes reconhecem esse esforço, mas exigem mais. A presidente do Clube Naval do Funchal, Mafalda Freitas, defendeu que o Governo Regional tem de definir muito bem aquilo que quer, afirmando que a coletividade a que preside reclama cerca de 700 mil euros do erário público, 500 mil dos quais contratualizados, desde a época de 2006/07.
Por sua vez, o presidente do Madeira Andebol SAD, Carlos Marques Pereira, disse que têm de ser dadas garantias visíveis e credíveis para assegurar o futuro do desporto regional. Reclamando cerca de 400 mil euros de contratos-programa por saldar, o dirigente do andebol masculino madeirense afirmou que o clube apenas sobrevive graças à determinação de algumas pessoas e do bom relacionamento entre a administração e o grupo de trabalho.
Os problemas financeiros são, portanto, a grande barreira de uma nova política desportiva regional. O orçamento que está canalizado para o desporto é de 12.400 milhões de euros, verba que, segundo João Santos, permitirá reforçar o papel das Associações e Clubes assim que o Governo Regional libertar verbas que hoje são aplicadas no pagamento das responsabilidades acometidas com as infraestruturas desportivas.
O Diretor Regional de Juventude e Desporto destacou que o investimento público é justificável desde que os Clubes e Associações defendam o desenvolvimento desportivo da Região e até opina que é necessário manter os apoios ao desporto profissional, apesar de considerar que esses têm de ter em atenção a base social dos Clubes, importância da modalidade e a autonomia das próprias coletividades quando falham, por exemplo, as subvenções públicas.
Fotos: DN/Teresa Gonçalves