Nos anos 60 do século passado, chegaram a nascer mais de nove mil bebés por ano, na Madeira. Gradualmente, a redução demográfica foi fazendo descer esse número, que passou aos seis mil nos anos setenta, aos quatro mil nos oitenta, aos três mil nos noventa e aproxima-se dos dois mil actualmente.
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Qualquer gestão do edificado escolar, ou melhor, qualquer boa gestão teriam que manter dinâmico o trabalho de reordenamento da rede. Nada é mais facil de entender. Reordenar é encerrar, melhorar, ampliar e também, construir.
Nos últimos 15 anos, foram dispensados 165 edifícios que eram utilizados para efeitos escolares e educativos. Sempre que um edifício era dispensado os alunos foram para melhor. Sempre que se criaram polémicas e dúvidas, todas se esbateram no 1º dia de aulas. Assim será, também, este ano.
Basta ver a lista de edifícios dispensados nos últimos 18 anos, em anexo, para se avaliar a irrelevância das situações deste ano.
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Há já alguns meses os deputados do PTP avançaram com uma lista de escolas a encerrar. E não eram poucas. O Sr. Secretário Regional negou qualquer intenção de encerrar essas escolas e referiu que o processo de reordenamento (como não podia deixar de ser) era dinâmico e estava a ser tratado devidamente. E que qualquer ajuste seria definido e decidido na devida altura.
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As notícias mais recentes falam em encerramento de escolas, de medidas economicistas. Será que se preocuparam minimamente em ir ver essas "escolas"? Ora, a CDU foi várias vezes. Apontar exemplos do que... não deveria existir. Nos casos de Santo António (Três Paus, Chamorra e O Baloiço), as "escolas" a encerrar são casas rurais antigas, utilizadas há dezenas de anos para este efeito e cujas condições deixaram sempre a desejar. É um alívio deixar de as utilizar.
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A maioria das medidas de reordenamento da rede para 2012 são ajustes quase finais. Previstas há quinze anos. Eliminando situações menos boas e canalizando as crianças e alunos para espaços e edifícios bem melhores, o mais próximo que for possível. Edifícios bons e ajustados que, por via da referida redução demográfica passaram a ter disponibilidades para integrar os alunos daquelas "escolas" vizinhas com bem piores condições, que se encerram.
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São também eliminadas algumas estruturas pequenas (com pouco mais de uma dezena de crianças) e isoladas onde o serviço pedagógico e social era menos bem cumprido. E onde fica em causa, a socialização das crianças, o trabalho de grupo dos docentes e os apoios sociais, nomeadamente a alimentação. Assim, terminando os casos (os dois restantes) de salas isoladas de Educação Pré-Escolar (Levadas e Feiteiras).
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Também se fundem alguns núcleos para melhor gestão dos alunos em causa. No Porto Santo, sem que se encerre qualquer edifício (será apenas um ajuste que permitirá gerir os alunos de ambos os edifícios em conjunto, permitindo a colocação de alunos em turmas de ano único) e na Camacha (Nogueira) onde os alunos ficarão na Escola da Camacha, bem melhor que na situação em que estavam no ano transacto, face à inutilização das instalações da escola da Nogueira devido às obras suspensas. De anotar que a Escola destino (da Camacha, em frente do supermercado Sá) se situa a 500 do ponto mais a Norte do bairro e a 800m da escola da Nogueira. Distancias muito inferiores às que muitas crianças percorrem todos os dias para chegar à sua escola, em todos os pontos da Região. A Escola da Camacha é uma excelente escola, com óptimos profissionais e uma liderança eficaz. As crianças da Nogueira não vivem num gueto nem esse tem de ser o seu destino. Estarão muito bem integrados num grupo maior, dos seus conterrâneos. Não são 146, nem 176 como se tem visto escrito. São 116 este ano (eram 335 em 1999/2000) e a redução do seu número tem sido gradual e incontornável.
Mais informações sobre este assunto, aqui, dentro em breve.