29 março 2024
caminho percorrido: Portal DRPRI » Ação Social Educativa

Interface Read Informação

Fusões e algumas confusões

Fusões e algumas confusões

Apesar de tudo já estar devidamente clarificado junto dos interessados, eis que se levantam (outra vez) algumas dúvidas que, por poderem levar a más interpretações da parte da opinião pública obrigam a uma nova clarificação:

.

1)Fusão não se confunde com encerramento. Ao fundir estabelecimentos, em nenhum caso se decide, à partida, encerrar edifícios. Mesmo se esse desfecho fosse possível e, em alguns casos, uma enorme mais-valia para os alunos.

.

2)A fusão é uma mera medida administrativa que permite juntar duas pequeníssimas escolas vizinhas numa única, ligeiramente maior, com uma única direcção, que passa a zelar pela soma dos seus alunos e recursos, incluindo os edifícios que pertenciam antes a duas escolas.

.

3)Em vez de duas direcções em duas pequeníssimas escolas, passa a haver uma direcção num dos edifícios e uma coordenação no outro.

.

4)Para se entender bem, uma pequeníssima escola é aquela onde a soma dos alunos de dois anos escolares do 1º Ciclo não completa sequer uma turma… sendo que, por vezes, nem os alunos dos quatro anos do 1º ciclo, somados, chegam aos 18. Estas escolas, no Continente, são, por lei, liminarmente, encerradas.

.

5)Curioso é o facto de se dizer que os interessados não foram ouvidos quando a decisão de fusão não é mais do que … a passagem do poder de decidir (sobre edifícios, agrupamento e movimentação de alunos) para a escola e decisores locais.

.

6)A fusão, ao unir (a gestão e nada mais) abre novas perspectivas e potência mais e melhores soluções para os alunos. Não só no seu agrupamento em turmas de ano único, como na respectiva socialização (para além dos poucos vizinhos de rua) procurando a "massa crítica" necessária para se criar uma equipa de futebol, um coro infantil ou qualquer outra actividade de grupo ...

.

7)O “aproveitamento” dessas novas possibilidades fica entregue à decisão local. 

.

Assim:

.

1)As fusões são administrativas. E foram decididas naturalmente, em resultado de factos simples e claros: os alunos eram tão poucos que obrigavam a turmas com alunos de vários anos.

.

2)Tais fusões foram comunicadas aos interessados (Escolas e Delegações) no final de Maio e às Câmaras (logo, de imediato, no início de Junho). Aí, iniciou-se o processo natural de decisão (no terreno) sobre o que fazer com vista ao ano seguinte. Nada mais natural.

.

3)Uns decidiram manter tudo como estava, outros deram um passo em frente, outros ainda defenderam de imediato os interesses dos alunos e consumaram as novas possibilidades (de junção de alunos e criação de turmas ano).

.

4)Aparentemente, alguns não terão entendido que o processo que se seguiu à definição das fusões era o caminho pretendido, de reflexão e discussão local sobre o que fazer em Setembro. E que, as movimentações ocorridas não eram uma qualquer contestação a uma decisão. Era a própria decisão a se definir. Nuns casos ganharam os interesses dos alunos noutros prevaleceram outros interesses.

.

5)A nota do JM sobre o estabelecimento de ensino da Terça de Cima é estranha. Refere o encerramento do edifício e que a Escola de Santa Cruz acolheria os seus alunos passando a funcionar em dois edifícios para poder albergar todas as crianças. Ora, clarifiquemos: o segundo edifício dessa escola é … o da Terça de Cima. Que, segundo a informação recebida se manterá em funcionamento com os alunos que lá decidirem ficar (e que serão 17 do 1º ciclo, no total dos 4 anos escolares). Isto apesar de caberem todos no edifício da EB1cPE Santa Cruz onde estará a direcção (comum) aos dois edifícios…

.

6)No caso Faial e São Roque do Faial, nada foi diferente ao que se passou em toda a Região. A fusão apenas juntou duas escolas (a soma dos respectivos alunos apenas chega para 1 turma pequena por cada ano) que passam a ser geridas por uma única direcção (e um coordenador no outro edifício), mantendo os dois edifícios a funcionar. Porque assim foi decidido localmente. A discussão foi acalorada e resultou (em nada) na manutenção da situação actual no que respeita à frequência dos alunos. Nada que não estivesse sido considerado como um dos possíveis desfechos. Os interesses dos alunos foram desvalorizados em detrimento de outros interesses que se revelaram mais fortes. Mas, na prática, aconteceu o que se pretendia: foi uma opção local mesmo que tal decisão tivesse sido o adiar da resolução dos problemas das crianças para um ano vindouro. Espera-se que, agora, com tempo, a nova direcção escolar (que já será única) possa, com a serenidade necessária, ao longo deste ano, agir junto aos pais e às entidades locais, por forma a explicar as vantagens da junção dos alunos em turmas ano assegurando as mais-valias óbvias para as crianças e alunos à sua responsabilidade.

.

7)Em São Paulo, onde o JM nos informa estarem os pais descontentes com a fusão da sua escola com a Escola do Lombo de São João (situada a cerca de 3km), haverá, este ano, 4 alunos de 1º ano, 6 alunos de 2º ano, 10 alunos de 3º ano e 11 de 4º ano. Num total de 31 alunos dos 4 anos do 1º ciclo. Juntam-se a estes, as crianças da EPE (1 sala pequena). E que, por opção local, se manterão no edifício local (que passou a ser, simplesmente, um dos dois edifícios da escola resultante da fusão. Essa Escola (EB1cPE de São Paulo e Lombo de São João) terá 39 crianças na EPE (3 salas) e 87 alunos no 1º Ciclo (7 turmas). Divididos em 2 edifícios como foi decidido localmente. Em São Paulo, haverá 1 turma com 4+6 alunos, outra com 10 e finalmente outra com 11. Mais uma vez se verifica que as opções foram, e são, locais, não havendo lugar a descontentamentos... mas é também evidente que tais decisões apenas adiam situações incontornáveis, com o prejuízo imediato e definitivo (pedagógico e social) dos poucos alunos restantes, apenas porque são os últimos... por razões - dificilmente assumidas e reconhecíveis - que não os consideram e aos seus verdadeiros interesses.

.

8)Em vez de se encerrar escolas (que é sempre a última solução na RAM, ao contrário do resto do país onde o encerramento é de lei) fez-se uma simples fusão administrativa que permitirá ao unificado conselho escolar (antes eram dois, isolados) uma reflexão com as autarquias, população e encarregados de educação, com vista a melhores soluções para os anos vindouros, em prol dos seus alunos. E nada mais.

.

9)A empregabilidade docente não fica nunca em risco nos processos de fusão. Pois tal empregabilidade depende apenas do número de alunos que necessitam dos docentes em questão. Não depende do facto dos alunos estarem num edifício ou em dois. E quando os alunos passam de dois edifícios para um apenas, os seus docentes, obviamente, acompanham-nos.


Anexos

Descritores

elaborado em 2024 por plataforma place