Revista Diversidades n.º 45 Periodicidade semestral Julho a dezembro de 2014 Título: Desporto Escolar na Europa Ficha Técnica Diretor João Manuel Almeida Estanqueiro Redação Serviços da Direção Regional de Educação e Colaboradores externos Revisão Divisão de Apoio Técnico Morada Rua D. João n.º 57 9054-510 Funchal Telefone: 291 705 860 Telemóvel: 961 133 120 Fax: 291 705 869 Email: revistadiversidades@madeira-edu.pt Grafismo e Paginação Divisão de Apoio Técnico ISSN 1646-1819 Distribuição Gratuita Índice Editorial Escolas de hoje. Europa do futuro Hélder Lopes e Catarina Fernando Desporto Escolar na Europa. O Desporto Escolar em Portugal Nuno Ferro Desporto Escolar na Região Autónoma da Madeira Equipa da Direção de Serviços do Desporto Escolar Sinopse do Seminário Desporto Escolar na Europa André Cunha e Mário Durão Praticar Yoga... Para que da criança nasça um adulto saudável e feliz! Sem exceções... Mónica Neves Espaço Psi Legislação Espaço TIC Livros Notícias Editorial João Estanqueiro Diretor Regional de Educação O Desporto Escolar na Europa dá corpo a mais este número da Diversidades. Esta temática tem sido, recorrentemente, alvo de acesas discussões, tem produzido diversas dissertações de mestrado e teses de doutoramento, pelo que, à semelhança de outros assuntos e da sua relevância na formação das crianças, alunos e jovens, importava pôr em confronto aquilo que se faz na Europa e debater diferentes perspetivas, encontrar consensos e perceber dissensos. Tal como no II Encontro Regional de Educação - I Encontro Internacional de Educação Especial, foi nosso desiderato encontrar pessoas, tempos e espaços para desencadear a reflexão e o debate, desta vez com colegas oriundos de Portugal Continental e de vários países da União Europeia, no pressuposto de que esta partilha de experiências e de conhecimentos permitisse novas e mais alargadas fronteiras, abertas a parcerias e à disseminação de boas práticas. Assim, aproveitando uma reunião, no Funchal, da Direção da European Phisical Education Association (EUPEA), organização guarda-chuva das associações nacionais de Educação Física, poderoso lobby de mais e melhor Educação Física na Europa e que representa 200.000 membros em 32 países, os representantes da Região Autónoma da M adeira, Suíça, Luxemburgo, Alemanha, França, Finlândia, República Checa e Portugal tornaram possível mais um momento importante de debate de ideias. Aliás, na senda do Andarilho da Utopia, pensar a educação é estar com, estar com os outros e com as outras, estar com o mundo… numa perspetiva dialética e não mecanicista, de esperança, esperança de um mundo melhor… Lembram-se do filme “O Carteiro e o Poeta”, no qual o carteiro se apropriou de um poema de Pablo Neruda para seduzir a namorada? Pablo questionou o carteiro sobre a autoria do poema e ele respondeu: “a poesia é de quem precisa dela, não pertence ao poeta que a escreveu”... Uma nota muito especial para o André Cunha, sem o qual esta organização e este número da Diversidades não teriam sido possíveis. Artigos Escolas de hoje. Europa do futuro Hélder Lopesi e Catarina Fernandoi - Universidade da Madeira 1. Enquadramento As pessoas exigem uma Rotura. Os indicadores que temos vão nesse sentido, não só ao nível do que as pessoas sentem pelos efeitos das crises que estão fartos de viver, mas também pela falta de soluções que satisfaçam as necessidades existentes, pelos “becos sem saída” em que permanentemente se experimentam, pelos recursos disponíveis que são mal aplicados por as soluções disponíveis não permitirem sair das baias (termo equestre e por isso ajustado ao sentimento que pretendemos traduzir) em que estamos metidos em termos sociais, institucionais, organizativos e no sistema de ensino que prepara futuros e forma pessoas (bem ou mal é outra discussão) numa governança dos capitais humanos que condiciona tudo porque o homem é o objeto, o autor e o ator de tudo o que nos envolve. As pessoas exigem uma rotura, é verdade, mas põem logo condições que a tornam impossível, afinal na linha dos bloqueios de que acima damos uma brevíssima imagem. Porque uma rotura, no sentido em que Thomas Kuhn lhe dava em termos científicos e no que aqui utilizamos de uma forma mais genérica, é uma mudança profunda na forma de pensar e agir, nas metodologias e processos que empregamos, nas ferramentas que usamos, nas premissas e lógicas com que atuamos, em tudo aquilo em que mexemos, mas não, claro, nas peças com que a vida das pessoas e das sociedades se constrói (ou uma rotura seria algo de impossível de obter). É que podemos construir casas completamente diferentes, pontes e viadutos e toda a espécie (quase, pois os materiais no final também condicionam o produto final) de obras no campo da arte da edificação com os mesmos cimentos, blocos, betões, ferros e outros materiais, de acordo com um projeto e a capacidade de execução e realização disponível. As pessoas de facto querem a rotura, a mudança, mas quando se fala nos custos que tal transformação profunda exige põem logo limitações (quando não fogem logo), pois estarão mais dispostas a pagar o custo (porventura até mais elevado) de ficarem como estão, do que a correrem o risco de empreender uma mudança, mesmo que seja para melhor (note-se que se utiliza mesmo a expressão “ir desta para melhor” no sentido de morrer - e não vamos aqui entrar em discussões filosóficas ou até teológicas sobre os significados profundos desta expressão, mas retire-se que é “para melhor”). Querem portanto os efeitos, mas não os custos, o que é uma forma perversa de pensar pois se os resultados não são afiançados à partida temos logo a garantia de todo um processo de mudança, o que, no homem ser explorador por temperamento, devia ser logo um desafio que levava a agir (mas não é isso que fazemos quando vamos de férias, em que o partir é um custo mas é por irmos para um desconhecido ou pelo menos para um diferente que partimos? Tirando claro o caso de alguns “manga de alpaca” da vida que só partem quando já estragaram todas as possibilidades de surpresa, ou aqueles que são o inverso e conseguem partir sem sair do sofá e viver mil aventuras numa mente fértil de capacidades de encontrar prazeres numa imaginação fecunda, embora pouco empreendedora). Rotura sim… mas…portanto. Mas as Roturas não se fazem pontualmente, é necessário, como dissemos, uma mudança de paradigma. Uma rotura no sentido que lhe dava Kuhn (1962). Mudar de lógica não se faz por orientações ou ordens, são precisas condições para que a rotura aconteça. Como forma de contextualização temos algumas obras de referência, nomeadamente The Coming Boom - Economic, Political and Social (Herman Kahn, 1983), The Birth of Plenty - How the Prosperity of the Modern World was Created (William J. Bernstein, 2004). Propomos uma hipótese, um quadro que confronta vantagens e desvantagens que podemos antever. As surpresas estarão lá, que não se duvide e serão boas e más, mas certamente que poderemos encaminhá-las para onde pretendermos, na medida das nossas capacidades e do que construímos no tal sistema de ensino que prepara futuros e forma pessoas. Confrontemos então dois cenários No que respeita ao processo, temos de mudar de um quadro de referência estático, rígido, centralizador e reprodutor de conhecimentos, para um dinâmico, flexível, descentralizador e inovador. Mas falar de mudança não pode ser um pretexto para deixar tudo na mesma. Não podemos continuar a ter a educação de uma escola da era industrial, com disciplinas segmentadas, horários rígidos, programas massificadores, avaliação da reprodução de textos, salas de aulas e manuais escolares estandardizados… No fundo, a Escola ainda não passou do mundo de carências para o mundo onde há “abundâncias” e da massificação à individualização. Portanto de uma Escola centrada nos professores e nas matérias transmitidas, dogmática e determinista, limitadora da pesquisa, da iniciativa, da autonomia, da criatividade, do sentido crítico, para uma onde a educação seja o desenvolvimento das capacidades e potencialidades de cada um, que exija o domínio de metodologias e de instrumentos de forma aberta e não determinista, que fomente a pesquisa, a iniciativa, a autonomia, a criatividade, o sentido crítico,… No que respeita à Ciência, temos autores que marcam: - Einstein (tripla relação: fenómeno-sinal-observador); - Popper (conjetura-refutação); - Kuhn (paradigmas); - Hacking (importância dos instrumentos). Em relação ao contexto Na elaboração de um projeto é necessário compreender o contexto em que o mesmo se venha a integrar. Deste modo, de uma forma muito sucinta, diremos que: - A Região Autónoma da Madeira (RAM) tem dimensões, ao nível do espaço e da população, que dificilmente permitem economias de escala, por exemplo na produção industrial ou agrícola, na realização de eventos desportivos de grande expressão e projeção mundial, na criação de mercado e a negociação destes com o exterior, etc. Terão, assim, de ser encontradas formas alternativas que possibilitem um desenvolvimento sustentado com uma qualidade de vida elevada. - O Turismo é um mercado cada vez mais competitivo e com uma oferta que se alarga constantemente. Ficar parado na oferta que se baseia no que era tradicional, não deverá chegar para manter níveis elevados de rendibilidade e ainda menos se pensarmos na necessidade de aumentar as mais-valias obtidas. Reforçar, complementar e alargar a oferta é, naturalmente, uma boa perspetiva, e a educação é uma ferramenta que permite robustecer todo o processo. - O Desporto deixou de ser uma atividade marginal em que se iam fazendo algumas coisas divertidas embora sem grandes implicações nas dinâmicas sociais e nas vidas dos indivíduos, para além dos diretamente ligados. Hoje o desporto é um grande mercado que influencia todos os aspetos das vidas dos indivíduos e das comunidades. Utilizar esta ferramenta, o desporto, nos seus diferentes aspetos de uma forma coordenada e coerente, nos diversos ângulos deste instrumento plurifacetado que é o desporto é muito importante. A Madeira com a sua variedade de culturas, climas, contextos (montanha/mar), tem condições especiais para “ser” um laboratório para estudos longitudinais, nomeadamente, experiências pedagógicas, estudos de mercado, estudos de marketing… Quanto às soluções Para um desenvolvimento sustentado não basta, claro, enunciar intenções e apresentar possibilidades. É preciso definir projetos de operacionalização, implementá-los e testá-los, considerando os seus efeitos a curto prazo e as suas consequências no médio/longo prazo. Se é verdade que muitas têm sido as experiências falhadas (a operacionalização desta mudança é, de facto, um enorme repositório de fiascos), em investigação um êxito, mesmo parcelar, traz gigantescas vantagens a todos os níveis (eficiência social, qualidade de vida, etc.). Julga-se, frequentemente, que criar alternativas, passa por aumentar a complexidade ou por investir mais dinheiro nos processos. Kuhn (1962) fala-nos pelo contrário numa pós rotura feita de simplicidade e em todo um processo de construção sucessiva, em que partindo de formas mais grosseiras se procura construir novas vias de progressão, que dependem mais do interesse que despertam do que da sua capacidade de se imporem. Já Pascal dizia a verdade não se impõe mas os imbecis acabam sempre por morrer. Duas verdades que, julgamos, podem ser generalizadas a todos os processos que envolvem o conhecimento. Desta forma, temos de evitar a profusão de regulamentos e legislação, o complicar, a destruição do tradicional e do que tem qualidade, temos pelo contrário de antecipar a mudança, ser simples mas não simplórios, rendibilizar os recursos existentes, implementar projetos interessantes, utilizar a “destruição criadora” na lógica de Schumpeter (1978). Com um conhecimento fértil e fecundo, pragmático e operativo, fomentando a produção, motivando a criatividade, estimulando a autonomia, solicitando a participação. Naturalmente haverá resistências: de pessoas (professores; alunos, pais …), instituições (escolas, administração pública, sindicatos, …), culturais, sociais … Mas é algo que faz parte do processo e deve ser equacionado sem qualquer dramatismo, até porque há instrumentos facilitadores da implementação dos processos (Almada, Fernando, Lopes, Vicente, & Vitória, 2008). 2. Uma solução - Uma Academia O que propomos não é só uma mudança de nome - é uma outra forma de funcionamento. E transformar não pode ser violentar. O desafio é mudar a dinâmica do processo educativo, dar-lhe eficiência e restituir-lhe o interesse. Não é um desafio pequeno. A nossa proposta permite, dentro do quadro legal existente e sem ter de esperar por adaptações, sempre morosas, não só em termos legislativos, mas também no projeto e implementação de estruturas que são por vezes difíceis de explicar e, consequentemente, de ser coerentemente aceites, para além das resistências que sempre aparecem a qualquer mudança, tal como referimos anteriormente. Até porque, criar legislação, mudar currículos, impor novas estruturas organizacionais, promover uma avaliação (de docentes, das instituições, dos currículos) - só por si e em ações pontuais não levam a nada de útil. Deitar abaixo e reconstruir? “ Impossível”. Então como fazer? Responda-se à apetência das pessoas. Há muitos docentes, alunos e até estruturas das instituições que gostariam de “fazer coisas”, “produzir obra”. Vamos rendibilizar o esforço das pessoas. Vamos deixar que se exprimam e se realizem. Silicon Valley foi feito com esta intenção - deixar os criadores criar e retirar os empecilhos do seu caminho. Gerou-se riqueza e o que não é menos importante, realização pessoal, dinâmicas sociais de empreendedorismo, inovação, etc. Ofereça-se então aos criadores: as infraestruturas necessárias e facilite-se a criação de equipas de trabalho (muitas vezes bastará retirar os obstáculos e deixá-los seguir o seu caminho). Para isso crie-se uma instituição - chamemos-lhe uma Academia. Quanto à função No âmbito da RAM, encontrar complementaridades nos diferentes níveis do sistema educativo para colocar no mercado produtos inovadores: filmes; livros; músicas; artesanato; invenções; estações museológicas; serviços inovadores; software; etc. Tudo o que possa “gerar dinheiro” e com mais-valias (a todos os níveis e não só no financeiro) tão elevadas quanto possível - é uma lógica a implantar. Esta Academia apoiará alunos de qualquer nível do sistema educativo (do básico ao universitário), individualmente ou em grupo, integrando ou não docentes, com um projeto ou até com ideias para obras válidas. A Academia procurará no sistema educativo da RAM valências complementares e mais tarde, a articulação com empresas e outras instituições, para a conceção, projeto, protótipos de teste, projeto industrial, produção, introdução no mercado, etc. Quanto às estruturas A Academia gera “task forces” - equipas de trabalho - apoia-as. É um serviço que a partir de uma fase inicial tem que se pagar a si próprio. No fundo é quase só o “deixem trabalhar”, não empatar. Quanto ao financiamento O objetivo é o autofinanciamento. Naturalmente numa fase inicial há que conseguir um capital de base. Depois as mais-valias geradas terão que garantir a continuidade do processo. As mais-valias obtidas serão distribuídas pelos diferentes intervenientes no processo (quem concebe, quem projeta, quem estuda mercados, a estrutura de apoio, neste caso a Academia), etc. No que concerne especificamente ao Desporto Escolar Temos de evitar formatá-lo como a escola tradicional: com horários rígidos; com escalões e competições que reproduzem o Desporto Federado; com transmissão/reprodução de estereótipos e padrões pré-estabelecidos; com a valorização quase em exclusivo das saídas motoras. Na Academia no Desporto Escolar como em todas as outras áreas disciplinares estimula-se a compreensão das funcionalidades das atividades desportivas; permite-se a integração dos alunos com diferentes motivações e desempenho; valorizam-se as potencialidades individuais e geram-se integrações. 3. Considerações finais Não basta, fazer acertos pontuais, introduzir novos conteúdos, novas matérias/modalidades, utilizar umas tecnologias, fazer uns decretos e regulamentos … É necessário a mudança da base de sustentação/quadro de referência, numa Escola inserida na comunidade, possibilitar que o indivíduo explore os seus limites. A proposta que aqui apresentamos oferece um caráter pragmático a um ensino que se distanciou da vida real e do mundo que hoje existe. É preciso abrir as portas da escola para que esta possa sair dos seus muros e dos processos em que enquistou e em que se envolveu. Sem conflitos, sem grandes gastos, ou até com lucros, é possível, pensamos, gerar uma dinâmica que, pouco a pouco irá alterar a educação e deixar as pessoas exprimirem-se. A avaliação desta proposta faz-se, diretamente, pela procura que existir e pela faturação obtida. Tal como na vida. A avaliação das pessoas no sistema de ensino poderá também ter um contributo do trabalho que realizem no âmbito da Academia. Sob a forma de créditos, ou mesmo nota que possa contribuir para a média final. Estaríamos a avaliar empreendedorismo e integração social, dois fatores importantes na formação escolar. Mas o maior valor que pode ser retirado é o de se contribuir para uma sociedade mais eficiente porque libertou a capacidade de empreender, fundamental no mundo de hoje. Não podemos esperar que as coisas aconteçam espontaneamente pois é um confiar na sorte que julgamos excessivo. A análise de soluções viáveis e eficientes necessita, sem dúvida, de um trabalho de equipa que só se consegue quando existem razões válidas para esse investimento. Mas o inventariar de vias possíveis é já um primeiro passo para que as soluções interessantes possam acontecer. E é fundamental não esquecer que quando lidamos com fatores como a educação o tempo de preparação assim como aquele em que os retornos possam ser visíveis são sempre muito longos (mas necessários). Isto é tanto mais importante numa Europa que é um conjunto de muitos países, nações, culturas. Onde não se pode decretar que seja isto ou aquilo, pois ela será o que as pessoas conseguirem que seja… Assim se constrói uma identidade. Se queremos uma Região, um País e uma Europa diferente, temos de ter uma Escola diferente. Os europeus querem novas respostas. Há algum tempo que o têm vindo a demonstrar. Somos ou não capazes de dar essas respostas? Queremos? É que hoje já começa a ser tarde demais… Referências bibliográficas Almada, F., Fernando, C., Lopes, H., Vicente, A., & Vitória, M. (2008). A rotura - A sistemática das actividades desportivas.Torres Novas: Edição VML. Bernstein, W. (2004). The Birth of Plenty - How the Prosperity of the Modern World was Created. New York: McGraw-Hill. Kahn, H. (1983). The Coming Boom - Economic, Political and Social.London: Hutchinson &Co. Kuhn, T. (1962). The structure of scientific revolutions- Second Edition, Enlarged. Chicago:The University of Chicago Press. Schumpeter, J. (1978). The Theory of Economic Development.Oxford: Oxford University Press. i Endereço de correio eletrónico hlopes@uma.pt catarina.fernando@gmail.com Desporto Escolar na Europa O Desporto Escolar em Portugal Nuno Ferroi - Sociedade Portuguesa de Educação Física Introdução Abordar a temática do Desporto Escolar quanto aos seus objetivos e aos seus efeitos é uma tarefa que acompanha o debate em torno da Educação Física e do Desporto Escolar desde há longo tempo. Esta discussão, nem sempre consensual, tem motivado diferentes posicionamentos quer entre os profissionais, quer no seio do poder político, condicionando decisões e motivando diferentes propostas de organização. Questões relacionadas com a sua importância e função formativa, com a responsabilidade do seu enquadramento institucional nos diferentes setores gestores do estado, ou com a sua relação com o sistema federado, são exemplos de temas que têm gerado calorosas discussões. Apesar de todo este debate e de tudo o que dele tem derivado, verificamos que muito há ainda a fazer no sentido de garantir mais e melhores condições de acesso à prática de atividades desportivas na escola. Este debate é também tema de discussão e controvérsia em muitos países europeus, onde perspetivas díspares tanto ao nível das orientações organizativas, como em relação às relações existentes com a disciplina de Educação Física e com o desporto federado, produzem realidades diferentes. Foi com o intuito de se perceber estas diferenças, que foi organizado o seminário O Desporto Escolar na Europa, realizado em junho de 2014 no Funchal, numa organização conjunta do Governo Regional da Madeira através da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos, da European Physical Education Association (EUPEA)1 e da Sociedade Portuguesa de Educação Física (SPEF)2, com a participação de representantes de associações científicas e profissionais da Alemanha, Luxemburgo, Finlândia, Suíça, República Checa e Portugal. O Seminário teve por objetivo apresentar as caraterísticas organizativas do Desporto Escolar naqueles países, com destaque para (a) o conceito de Desporto Escolar em cada um dos países; (b) as relações entre a Educação Física e o Desporto Escolar; (c) as relações com o desporto federado; (d) a sua filiação institucional, ou seja, a área governamental que tutela a estrutura organizativa; (e) o estatuto profissional dos responsáveis pelo seu enquadramento; (f) as caraterísticas das atividades desenvolvidas, nomeadamente quanto à regularidade e frequência. Com base neste quadro comum de análise, foram apresentados os aspetos mais relevantes de cada país participante, discutindo-se os seus fatores críticos, similaridades e alguns dos elementos constrangedores, no que os diferentes enquadramentos nacionais permitem comparar. Com estes tópicos por referência, a comunicação apresentada neste seminário, e que está na base deste artigo, pretendeu apresentar algumas das principais caraterísticas da organização do Desporto Escolar nacional, mais concretamente, as diretrizes que orientam o Desporto Escolar no continente. Devido à autonomia regional, na Região Autónoma da Madeira (RAM) e na Região Autónoma dos Açores existem diferenças relativamente às determinações do Continente, quer nas suas caraterísticas organizativas, quer mesmo em relação a alguns dos princípios que sustentam a sua definição. Não caberá aqui uma análise descritiva ou comparativa e, muito menos, uma discussão das condições organizativas do Desporto Escolar nas Regiões Autónomas, uma vez que não é esse o propósito deste momento. Ainda assim, e face ao contexto em que se realizou o seminário e em que é apresentado este artigo, não quisemos deixar de trazer para esta análise algumas caraterísticas, essencialmente legislativas, das particularidades do Desporto Escolar na RAM. Este artigo, embora tenha por orientação a comunicação apresentada no seminário, vai um pouco mais além na problematização de algumas questões que marcam o momento atual da discussão em torno do Desporto Escolar. Partindo da análise do seu enquadramento institucional tentaremos apresentar aqueles que são, em nosso entender, alguns dos elementos que devem estar presentes na discussão deste tema e que integram algumas das posições assumidas pelo movimento associativo ao longo dos últimos anos, tanto nos Congressos Nacionais de Educação Física, como nos diferentes fóruns em que temos participado. Enquadramento do Desporto Escolar É consensual a opinião sobre a importância do papel que o Desporto Escolar pode desempenhar na formação dos nossos jovens. É também clara a sua definição institucional, bem como o quadro regulamentar que suporta a sua implementação. De acordo com o normativo legal que sustenta a sua inscrição no sistema de ensino, o Desporto Escolar é o conjunto de práticas lúdico-desportivas e de formação com objeto desportivo, desenvolvidas como complemento curricular e de ocupação dos tempos livres, num regime de liberdade de participação e de escolha, integradas no plano de atividade da escola e coordenadas no âmbito do sistema educativo (Decreto-Lei n.º 95/91, de 26 de fevereiro). O Desporto Escolar é uma atividade que complementa o currículo, isto é, que acrescenta algo ao que é trabalhado curricularmente na disciplina de Educação Física. Está aberto à participação dos alunos dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas do ensino oficial, dos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo, e profissional, dependentes ou não do Ministério da Educação e Ciência. Esta extensão de oferta pretende criar condições para a concretização daquele que é o seu principal objetivo: visa aprofundar as condições para a prática desportiva regular em meio escolar, como estratégia de promoção do sucesso educativo e de estilos de vida saudáveis (Decreto-Lei n.º 95/91, de 26 de fevereiro). O Desporto Escolar abrange os alunos do 5.º ao 12.º ano de escolaridade, e baseia-se num princípio de participação facultativo e vocacional, específico numa determinada modalidade desportiva, visando o desenvolvimento da aptidão atlética e da cultura desportiva: Pretende-se criar condições para o alargamento gradual da oferta de atividades físicas e desportivas, de caráter formal e não formal, a todos os alunos abrangidos pela escolaridade obrigatória (Ministério da Educação e Ciência, 2013). Estas atividades desenvolvem-se num regime de liberdade de participação e de escolha por parte de cada escola e de cada aluno, devendo estar enquadradas no projeto educativo e integradas no plano de atividades do agrupamento/escola. Têm no clube de Desporto Escolar a sua unidade orgânica, a quem cumpre a responsabilidade da gestão das atividades em cada escola, atividades estas que se organizam na sua dimensão formal, em sessões de treino semanal na unidade de grupo-equipa e/ou em atividades de convívio/competição interna e interescolar. O Diretor do Clube de Desporto Escolar é por inerência o Diretor da escola ou agrupamento de escolas que deve fazer aprovar anualmente o projeto de Desporto Escolar da sua escola ou agrupamento e supervisionar o cumprimento das disposições legais que o sustentam. Como referido anteriormente, o Desporto Escolar complementa a Educação Física. Esta é uma disciplina curricular obrigatória para todos os alunos do 1.º ao 12.º ano de escolaridade, com um programa nacional que define as competências genéricas e específicas a desenvolver. Carateriza-se por procurar uma formação eclética (através e em diferentes tipos de atividades físicas - jogos desportivos coletivos, ginástica, atletismo, danças, exploração, da natureza, natação, etc.), em atividades de aprendizagem e treino inclusivas, adequadas às necessidades e possibilidades de cada aluno, visando o seu desenvolvimento integral e multicultural, promovendo a saúde no presente e no futuro, desenvolvendo a aptidão física e a cultura motora, as competências sociais e a compreensão dos processos de exercitação, refletindo criticamente o fenómeno desportivo, entre outros. A conceção de Educação Física atrás referida reconhece o valor pedagógico da atividade física no desenvolvimento do aluno, e traduz-se na “apropriação das habilidades técnicas e conhecimentos, na elevação das capacidades do aluno e na formação das aptidões, atitudes e valores, (‘bens de personalidade’ que representam o rendimento educativo), proporcionadas pela exploração das suas possibilidades de atividade física adequada - intensa, saudável, gratificante e culturalmente significativa” (Ministério da Educação, 2001). É claro e inequívoco, tanto do ponto de vista conceptual como em relação ao seu enquadramento regulamentar, o espaço de afirmação de cada um destes sistemas. A Educação Física e o Desporto Escolar baseiam-se num quadro de referências comum - o universo das atividades físicas desportivas, expressivas e de exploração da natureza - para atingirem finalidades diferentes, mas complementares. São parte de um mesmo projeto formativo e a maior ou menor expressão de um deles condiciona o espaço de afirmação do outro: um aluno fisicamente bem-educado, através de uma formação diversificada, é um aluno com uma maior predisposição e uma maior possibilidade de desenvolver uma atividade de caráter desportivo; um aluno que participe numa atividade desportiva percebe melhor a necessidade de uma formação sólida no universo das atividades físicas e desportivas. “A educação física e o desporto escolar devem ser promovidos no âmbito curricular e de complemento curricular, em todos os níveis e graus de educação e ensino, como componentes essenciais da formação integral dos alunos, visando especificamente a promoção da saúde e condição física, a aquisição de hábitos e condutas motoras e o entendimento do desporto como factor de cultura” (Lei n.º 5/2007, de 16 de janeiro). Nem a Educação Física substitui o Desporto Escolar, nem o Desporto Escolar substitui a Educação Física. Estabelecem entre si uma relação que deve ser aprofundada no âmbito escolar, para que se criem as condições necessárias para o cumprimento integral das funções que lhes são institucionalmente atribuídas, da forma o mais abrangente possível. Atualmente, e de acordo com o Programa do Desporto Escolar de 2013-2017 (Ministério da Educação e Ciência, 2013), o Desporto Escolar organiza a sua oferta desportiva em três níveis de desenvolvimento: Atividades de nível I- conjunto de atividades de promoção e divulgação desportiva, organizadas na comunidade dos conteúdos curriculares da disciplina de Educação Física. São dinamizadas na componente não letiva dos docentes de Educação Física, no âmbito da autonomia dos agrupamentos e das escolas não agrupadas. Referem-se a todo o tipo de atividades organizadas (preferencialmente) no âmbito do plano de atividades do departamento/grupo de Educação Física das escolas através dos Clubes de Desporto Escolar, assumindo a forma de torneios, “dia de modalidade”, festas desportivas, etc.. Estas atividades promovem a extensão dos conteúdos curriculares da disciplina de Educação Física, em que o grupo turma é a referência para a participação dos alunos. Para além das atividades de âmbito interno das escolas, existem ainda projetos complementares, dotados de financiamento próprio, organizados por etapas e divulgados pela Coordenação Nacional do Desporto Escolar, como é o caso do Torneio de Basquetebol 3x3, do Megasprinter, entre outros. Atividades de nível II- atividades de treino regular de grupos-equipa e de competição desportiva interescolar formal de âmbito local, regional e eventualmente internacional. Referem-se às atividades desportivas competitivas desenvolvidas pelos grupos-equipa e representam a principal referência da operacionalização do Desporto Escolar. Os grupos/equipas do Clube de Desporto Escolar são organizados por escalão/género ou num escalão único e participam em competições interescolas com um nível de competitividade crescente: campeonatos locais, campeonatos regionais, campeonatos nacionais. Existe a possibilidade de uma representação internacional, com a participação em campeonatos internacionais, nomeadamente na ISF (International School Sport Federation) ou na FISEC (Fédèration Internationale Sportive de l’Enseignement Catholique). Estas atividades são preferencialmente enquadradas por professores de Educação Física da escola ou escolas agrupadas. Em casos devidamente autorizados, poderão professores de outras disciplinas que não Educação Física, com passado relevante e formação complementar no âmbito do treino da modalidade, realizar o enquadramento dos grupos/equipas. Neste nível, a representação da escola é a referência para a participação dos alunos. Atividades de nível III - atividades de aprofundamento da prática desportiva (treino e competição) em modalidades e grupos-equipa de elevado potencial desportivo. Referem-se aos grupos-equipa que optam por participar em competições organizadas pelas federações das respetivas modalidades, desde que integrem alunos do agrupamento de escolas ou escola não agrupada a que pertence o grupo-equipa e que não estão inscritos na federação dessa modalidade. Neste nível, desenvolvem-se ainda os Centros de Formação Desportiva que se constituem como polos de desenvolvimento desportivo, dinamizados por agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, em parceria com federações, municípios e parceiros locais. Os Centros de Formação Desportiva organizam-se em torno de 4 eixos fundamentais: (a) atividades de iniciação e aperfeiçoamento desportivo que favoreçam a prática de atividades desportivas, cuja especificidade técnica exija condições especiais, como é o caso das modalidades náuticas, de ar livre e de exploração da natureza, entre outras; (b) atividades que favoreçam a formação especializada de alunos com interesse, capacidades e aptidões excecionais para a prática de uma modalidade ou disciplina desportiva; (c) formação e certificação de professores nas vertentes teóricas e práticas de uma modalidade ou disciplina desportiva; (d) atividades de curta duração que incidam fundamentalmente em estágios de formação desportiva especializada, durante as interrupções letivas (Ministério da Educação e Ciência, 2013). Visam a melhoria do desempenho desportivo através da concentração de recursos humanos e materiais em locais para onde possam convergir alunos de vários agrupamentos, quer nos períodos letivos, quer em estágios de formação desportiva especializada, nas interrupções letivas. Um maior esforço na sua divulgação e alargamento resulta de experiências efetuadas em algumas modalidades e constitui, neste momento, uma área com uma forte aposta da coordenação do Desporto Escolar. Este último nível de atividades abre a possibilidade de articulação com o sistema do Desporto Federado, num caminho que importa desenvolver. A articulação entre estes dois sistemas (o educativo na dependência do Ministério da Educação e Ciência e o desportivo, na dependência da Secretaria de Estado do Desporto) permitirá criar uma nova dimensão de desenvolvimento da prática desportiva com ganhos quantitativos (número de alunos envolvidos, número de experiências competitivas) e qualitativos (na qualidade das experiências). Este é, sem dúvida, um ponto central de qualquer discussão que envolva o Desporto Escolar e ao qual voltaremos mais adiante. Da análise de dados estatísticos dos últimos anos, relativos à evolução do número de alunos participantes, verificamos a existência de alguma estabilização desses números nos últimos quatro anos. Da mesma forma, por consequência, o número de grupos/equipa tem acompanhado esta tendência de estabilidade. Uma ligeira oscilação verificada no intervalo de tempo aqui representado, nomeadamente em 2012/2013, coincide no tempo com alterações de caráter normativo que produziram mudanças nas regras e nas condições de funcionamento, que podem ter condicionado estes resultados quantitativos. Em 2013/2014, os 7.115 grupos/equipa inscritos referem-se à participação dos alunos em mais de 40 modalidades diferentes, sendo que o maior número de grupos/equipa se verificou no Futsal (1.309), no Voleibol (926), no Badmínton (651), no Basquetebol (516) e no Ténis de Mesa (546). Se analisarmos os dados do ano letivo 2012/2013, e considerando um universo de 993.590 alunos inscritos nos ensinos público e privado no continente, do 5.º ao 12.º ano, verificamos que 17,4% dos alunos do sistema de ensino participaram nos grupos /equipas do Desporto Escolar. Apesar de não podermos afirmar que este é um bom ou mau indicador, ele mostra-nos claramente uma margem de progressão para o Desporto Escolar em Portugal, no sentido de garantir uma maior participação dos alunos. Se pensarmos que é na escola que estão todos os jovens e que a escola tem condições estruturais e organizacionais para proporcionar uma prática de atividade desportiva, os números aqui apresentados demonstram o muito que ainda há para fazer. O enquadramento institucional do Ministério da Educação e Ciência efetiva-se, em termos nacionais, através da Direção Geral de Educação e Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEE). Dependentes destas, a estrutura organizacional desenvolve-se em três níveis: nacional, regional e local. A coordenação nacional do Desporto Escolar é competência da Direção Geral de Educação (Decreto-Lei n.º 14/2012, de 20 de janeiro) através da Divisão do Desporto Escolar e tem por função planear, orientar, acompanhar, promover e avaliar os diversos projetos e ações realizados a nível nacional. As cinco estruturas de coordenação regional - Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo. Alentejo e Algarve - na dependência da Direção Geral dos Estabelecimento Escolares (Portaria n.º 29/2013, de 29 de janeiro), são acompanhadas localmente pelas Coordenações Locais do Desporto Escolar. Esta estrutura cria uma relação orgânica bipartida com uma dependência funcional das estruturas regionais em relação à Direção Geral de Educação (através da coordenação nacional) e uma dependência institucional da Direção Geral dos Estabelecimento Escolares. Esta situação, sem aparentes implicações no funcionamento local do Desporto Escolar, tem conseguido garantir alguma estabilidade nas condições disponibilizadas para este enquadramento a nível nacional, regional e local, e tem permitido um apoio mais próximo e mais efetivo às atividades regulares do Desporto Escolar com ganhos nas possibilidades de prática dos alunos. Na RAM, o enquadramento das atividades do Desporto Escolar é realizado pela Direção de Serviços do Desporto Escolar integrada na orgânica da Direção Regional de Educação (Portaria n.º 83/2012, de 22 de junho) como estrutura da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos (Decreto Regulamentar Regional n.º 5/2012/M, de 16 de maio). Define as condições de gestão das atividades do Desporto Escolar na região e detém a responsabilidade da supervisão e orientação do trabalho desenvolvido pelos coordenadores regionais e concelhios na área da Expressão e Educação Física-Motora no 1.º ciclo do ensino básico. Quer na sua formulação base, quer no enquadramento normativo, quer ainda em alguns dos objetivos perseguidos, manifestam-se diferenças em relação ao definido para o Desporto Escolar na RAM e em Portugal Continental. A título de exemplo, ao analisarmos a formulação dos objetivos do Desporto Escolar, verificamos que existe um posicionamento da escola como o espaço de formação desportiva, nas idades mais baixas, com vista a “alimentar” o Desporto Federado - “deve ser entendido como a expressão da atividade desportiva não-curricular realizada nos estabelecimentos de ensino da Região constituindo um meio de formação integral dos jovens, ao qual devem estar preferencialmente cometidas as fases de iniciação e de formação da carreira dos praticantes desportivos, bem como o desenvolvimento de vocações para o desempenho de outras funções desportivas, designadamente as da arbitragem e as do dirigismo desportivo e, ainda, que o Desporto Escolar deve realizar a sua missão através dos núcleos de Desporto Escolar, do “Clube da Escola” e de uma efetiva articulação com o Desporto Federado” (Decreto Legislativo Regional n.º 4/2007/M, de 11 de janeiro). A este facto não devem ser estranhos fatores locais, como sejam as caraterísticas do território madeirense (proximidade versus dispersão das escolas) e a população alvo (número de alunos existentes para um determinado escalão). Por outro lado, o facto da Secretaria Regional enquadrar tanto o sistema educativo como o sistema desportivo pode configurar-se como um elemento estrutural promotor desta articulação, justificando premissas conceptuais e configurações operacionais diferentes daquelas que encontramos no continente. Uma outra diferença que podemos considerar significativa, tem a ver com o enquadramento legislativo e operacional das atividades de Educação Física no 1.º ciclo do ensino básico, mais concretamente no enquadramento dado à Expressão e Educação Físico-Motora. A integração desta área no projeto do Desporto Escolar é uma caraterística própria da RAM. Importará, neste enquadramento, salvaguardar os princípios de intervenção com crianças do 1.º ciclo, garantindo o acesso a uma matriz formativa que proporcione um saudável e sustentável desenvolvimento motor, tal como preconizado nos programas nacionais de Expressão e Educação Físico-Motora para este nível de ensino. Caminhos a percorrer O enquadramento da discussão em torno da Educação Física e Desporto Escolar assenta num conjunto de pressupostos regulamentares que tentámos explanar na primeira parte. Percebemos que existem perspetivas diferentes entre Portugal Continental e a RAM. A discussão que aqui trazemos tem por base a definição institucional vigente no continente, mas assenta em pressupostos conceptuais e teóricos, que não estão limitados por uma base regulamentar. Respeitando em pleno os princípios de autonomia, considerando aqui a existência de uma autonomia regional que garanta uma resposta adequada às caraterísticas específicas da sua região, consideramos que existem premissas que não se dissolvem numa lógica de regionalização, sendo por isso necessária a sua afirmação para uma clarificação dos propósitos que defendemos. É a Escola, com a sua estrutura e dinâmica, que deve constituir a chave para o desenvolvimento de uma oferta de formação desportiva generalizada a toda a população, garantindo o benefício desta formação a todas as crianças e jovens, possibilitando o desenvolvimento das suas aptidões, dos seus conhecimentos e das suas atitudes. Para cumprir estes objetivos, torna-se necessário reafirmar o papel fundamental do Desporto Escolar na formação dos jovens em idade escolar, enquanto atividade de extensão e aprofundamento da formação garantida pela Educação Física. Neste quadro, é imprescindível a defesa do acesso efetivo de todos os alunos à disciplina de Educação Física do 1.º ao 12.º ano e o alargamento das possibilidades de prática desportiva escolar através do aumento do número de grupos/equipa e consequente número de alunos inscritos no Desporto Escolar. As condições de desenvolvimento da Educação Física têm sido objeto de várias decisões políticas no sentido da sua desvalorização no contexto educativo. Temos assistido a uma visão institucional redutora da importância desta área na formação integral dos nossos jovens, em que o contributo de cada área disciplinar não é considerado pelo efeito formativo global que produz, mas analisado de forma simplista e isolada, com base em critérios discutíveis que promovem uma hierarquia entre “disciplinas estruturantes e disciplinas não estruturantes” que condiciona as possibilidades que cada disciplina traz, per si, para o desenvolvimento da criança. A redução da carga horária no 3.º ciclo do ensino básico, com a sua inclusão numa área de “Expressões” com outras disciplinas em relação às quais não existe qualquer tipo de afinidade e a não contabilização da classificação da disciplina no ensino secundário no cálculo da média final para efeitos de acesso ao ensino superior, são dois dos exemplos de medidas (Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho) que contrariam a importância tantas vezes afirmada no discurso político e que refletem uma clara desvalorização. Ainda no âmbito da Educação Física, continua por cumprir a obrigatoriedade e generalização da área Educação e Expressão Físico-Motora a todos os alunos do 1.º ciclo do ensino básico. A garantia de acesso à Educação e Expressão Físico-Motora é um imperativo, definido por lei, que permite aos alunos acederem a uma proposta cultural de desenvolvimento, quer no âmbito individual, quer no âmbito social, que promove o desenvolvimento global e harmonioso no domínio das atividades físicas, que garante uma formação eclética para um efeito global, multilateral e desenvolve-se enquanto processo inclusivo, em que ninguém é excluído, por dificuldades ou aptidão insuficiente (Departamento de Educação Básica, 1998). Como se sabe, os períodos críticos de desenvolvimento das qualidades físicas e das aprendizagens psicomotoras fundamentais situam-se até ao final do 1.º ciclo. A falta de atividade apropriada traduz-se em carências frequentemente irremediáveis. O que se passa atualmente é uma clara ausência de vontade política para o cumprimento do que está expresso na lei portuguesa: “Nas escolas do 1.º ciclo do ensino básico são desenvolvidas actividades lúdicas de iniciação desportiva integradas no âmbito dos programas de Educação Física da respetiva área curricular ou articuladas com estes” (Decreto-Lei n.º 95/91, de 26 de fevereiro). A generalização do acesso, a que os alunos destas idades, por lei, têm direito, não se soluciona com a implementação avulsa, em algumas escolas, de programas de animação de atividades físicas e desportivas de natureza extracurricular, nomeadamente as Atividades de Enriquecimento Curricular, vulgo AEC (Despacho n.º 14460/2008, de 26 de maio), mas sim, criando-se condições efetivas para a concretização da área de Expressão e Educação Físico-Motora, como determina a matriz curricular em vigor. Estas atividades de “enriquecimento” vieram aumentar a confusão neste nível de ensino. Por um lado, pela ideia de “enriquecimento” sugerida na sua terminologia - se é para enriquecer o currículo dos alunos, tal só será válido quando o currículo da Educação e Expressão Físico-Motora se concretizar. Por outro lado, esta ideia de generalização de atividades físicas e desportivas, embora de participação voluntária, é assumida na prática numa lógica de substituição da Educação e Expressão Físico-Motora, a qual não podemos aceitar. As caraterísticas do seu enquadramento legal proporcionam uma variedade de propostas que não são adaptadas aos direitos das crianças, por estarem dependentes da vontade de entidades que proporcionam programas avulsos de animação desportiva nem sempre corretos do ponto de vista metodológico e mesmo do ponto de vista ético. Estas atividades, quando devidamente estruturadas e orientadas (por professores qualificados) poderão ser um espaço de extensão das possibilidades da prática de atividade física. A existirem atividades com estas caraterísticas devem ser (sempre) da responsabilidade do agrupamento escola, integrando os seus projetos educativos, sendo igualmente sujeitas a processos de supervisão por parte das respetivas estruturas de orientação pedagógica. Têm surgido ultimamente propostas de desenvolvimento do Desporto Escolar no 1.º ciclo, com contornos ainda não totalmente esclarecidos, quanto aos seus objetivos e quadro pedagógico de referência. No mais recente normativo a este respeito (Despacho n.º 9302/2014, de 17 de julho), relativo ao lançamento do Projeto de Desporto Escolar para este ciclo, é referido “Tendo sido implementado no decurso do ano letivo 2013-2014 o projeto-piloto de alargamento do Desporto Escolar ao 1.º Ciclo do Ensino Básico importa dar continuidade a este projeto, envolvendo um maior número de alunos”. Questionando algumas ideias de desportivização da atividade física neste escalão etário, apenas podemos considerar propostas de iniciação desportiva para o final do 1.º ciclo, quando suportadas e em complemento de uma formação geral como aquela que é proporcionada pela área de Educação e Expressão Físico-Motora. A prática de uma atividade desportiva isolada e específica por alunos no início deste ciclo concorre para processos de especialização precoce, apontados como nocivos para uma correta perspetiva de desenvolvimento dos padrões motores fundamentais, tal como é evidenciado pelos estudos científicos na área do desenvolvimento motor. Sem estarem garantidas as condições para o desenvolvimento do currículo, estas atividades isoladas, apenas representam tentativas de substituição, que não garantem as efetivas condições para que todos os alunos, sem exceção, tenham acesso à Educação e Expressão Físico-Motora no seu percurso de escolaridade obrigatória. Este deve ser um objetivo no qual todos devemos centrar os nossos esforços. Os princípios formativos e os valores pedagógicos assumidos pelo Desporto Escolar justificam que seja a Escola o seu meio de afirmação. Parece existir neste momento alguma estabilidade legislativa que garante um enquadramento institucional favorável ao desenvolvimento das atividades do Desporto Escolar. Existe um projeto-programa plurianual, claro em relação aos seus pressupostos e objetivos. No entanto, não devemos esconder que os meios agora disponibilizados às escolas e aos seus professores não garantem as melhores condições para uma prática quantitativa e qualitativamente adequada a uma correta formação desportiva. Três tempos de 45 minutos para o enquadramento de um grupo/equipa de nível II (Despacho n.º 9302/2014, de 17 de julho), sendo que em muitas situações dois deles são de treino, o que perfaz um total de 90 minutos semanais para treino, não nos parecem suficientes. Estas condições podem inibir o desenvolvimento de projetos de qualidade e provocar um retrocesso noutros que já são desenvolvidos, e que apenas são suportados pela entrega voluntária e abnegada de muitos professores de Educação Física. Para além destas condições relativas à carga horária, também os quadros competitivos, no que diz respeito à sua frequência e quantidade ao longo de um ano letivo, devem evoluir no sentido de garantir mais possibilidades competitivas, elemento imprescindível para as possibilidades de evolução e formação desportiva. A Escola, mais do que ser vista como um espaço que dispõe de infraestruturas e oportunidades para a prática de atividades físicas, deve assumir a Educação Física e o Desporto Escolar como elementos de afirmação da sua função educativa. Há ainda, um longo trabalho a desenvolver para uma efetiva incorporação do projeto de Desporto Escolar nos Projetos Educativos das escolas e agrupamento de escolas. “É fundamental a plena integração e reconhecimento do Desporto Escolar como componente do projecto educativo da escola portuguesa, quer a nível nacional, quer a nível de escola e de associações de escolas, assumindo que a escola na sua estrutura e dinâmica se constitui como elemento decisivo do desenvolvimento da formação desportiva, ou seja, em benefício da formação das crianças e jovens, das suas aptidões, conhecimentos e atitudes, para além da visibilidade de estritos resultados ou performances”.5 As escolas, as suas direções, os seus professores e os pais, só esporadicamente são confrontados com o verdadeiro alcance formativo dos projetos de Desporto Escolar. Ainda não se assumem, na sua plenitude, as possibilidades destas atividades, enquanto espaço privilegiado para a criação de uma identidade de escola junto dos alunos, para a promoção do sucesso escolar e para o combate ao abandono escolar, entre outras. A sua validade não se esgota na oferta de uma prática saudável, alternativa às disciplinas consideradas “estruturantes”, mas acima de tudo como um espaço de aprendizagem: de regras de cooperação, de competição saudável, de valores como a responsabilidade, de entreajuda e espírito de equipa e no cumprimento de objetivos individuais e coletivos, de uma forma que nenhuma outra área para além da Educação Física e Desporto Escolar proporciona no nosso sistema de ensino e que são determinantes para o futuro dos mais jovens. Com base neste entendimento, é necessário que as escolas, através das suas direções, garantam condições de funcionamento adequadas aos objetivos do Desporto Escolar. A organização de horários e tempos escolares dos alunos, que promovam e favoreçam a sua participação nestas atividades é, entre outros, um exemplo de condições organizacionais, com decisão ao nível de escola, que podem manifestar a importância atribuída pelos órgãos diretivos no projeto de escola. Da mesma forma, um efetivo acompanhamento por parte das estruturas de gestão e orientação educativa das escolas, nomeadamente dos seus Conselhos Pedagógicos, é algo que apesar de inscrito nos normativos legais (Despacho n.º 9302/2014, de 17 de julho; Ministério da Educação e Ciência, 2013) ainda não é uma prática assumida e generalizada. Também ao nível dos departamentos de Educação Física podem ser dados (ainda mais) passos para dar relevo à importância da Educação Física e do Desporto Escolar na comunidade escolar. Assumir a organização da Educação Física e do Desporto Escolar como parte de um projeto global de Educação Física, que integre as orientações e decisões estratégicas em relação ao desenvolvimento do currículo tendo por referência os programas nacionais em vigor, que estabeleça as condições de desenvolvimento dos recursos e da formação de professores e que defina estratégias de desenvolvimento das atividades de complemento curricular, é algo que garante uma unidade conceptual e organizativa às práticas do departamento/grupo disciplinar, com uma influência decisiva nas aprendizagens dos alunos e na necessária consciencialização por parte da comunidade educativa. É esta unidade que, por exemplo, possibilita um entendimento inclusivo das atividades do Desporto Escolar, com uma salutar dupla possibilidade: enquanto espaço de referência para a formação desportiva e como espaço onde os alunos podem suprir dificuldades de alguma matéria da disciplina de Educação Física ou reforçar a tão necessária quantidade de atividade física. Neste quadro é importante a definição de planos plurianuais de Desporto Escolar em cada escola/ agrupamento de escolas, com a definição de modalidades a serem trabalhadas e a definição de objetivos a perseguir. A inevitável manutenção e continuidade dos grupos/equipas daqui resultante é uma condição necessária para garantir efeitos evolutivos que só tempo acumulado pode garantir. O agrupamento de escolas proporciona lógicas de verticalidade que contribuem e reforçam esta continuidade, quer pela concentração de alunos, quer pelas possibilidades de rentabilização de recursos humanos e físicos que proporcionam. É algo que importa desenvolver uma vez que potencia a possibilidade de congregar alunos e garantir ofertas variadas e qualitativamente válidas. Esta variedade de oferta de modalidades, e tendo por referência os dados de 2013-2014 que nos mostram a existência de mais de 40 modalidades desportivas diferentes, sendo por alguns considerada como um elemento negativo, em virtude de uma pretensa dispersão de recursos, pode ser vista como um fator positivo. Ao aceitarmos que a experiência desportiva é importante, devemos considerar por princípio, que uma maior variedade da oferta cria mais possibilidades de participação, permitindo assim abranger um maior número de alunos. Este parece-nos um aspeto que deve motivar uma análise fundamentada, sob pena de serem tomadas decisões no sentido do estreitamento das possibilidades de oferta, que poderão condicionar um salutar surgimento de projetos diferenciados. Deverão ser critérios relacionados com a qualidade dessa oferta aqueles que devem nortear a seleção de projetos, nomeadamente no que se refere à qualidade do seu enquadramento, à sua afirmação no contexto em que se insere e ao seu impacto na escola. Com esta perspetiva de envolvimento na escola, não podemos deixar de olhar para a avaliação do Desporto Escolar com critérios que verifiquem a consecução dos seus objetivos educacionais. A análise e balanço dos efeitos do Desporto Escolar na Escola não se pode basear apenas na contabilização de resultados desportivos e/ou indicadores quantitativos relacionados com o número de alunos e grupos/equipa inscritos. Não escamoteando a importância destes dados, que permitem essencialmente verificar lógicas de crescimento, a definição de indicadores de índole qualitativa relacionados com a validade da sua inscrição no projeto educativo, é uma prioridade. A análise do impacto da existência de clubes de Desporto Escolar na criação de uma relação identitária dos alunos com a sua escola; a análise da melhoria do nível competitivo dos jovens; o efeito da prática de Desporto Escolar nos indicadores de aptidão física dos alunos, em especial daqueles que se relacionam com a saúde; a relação dos alunos inscritos nos grupos/equipas com o rendimento escolar; o impacto desta prática na promoção do sucesso escolar são alguns exemplos de indicadores que em nosso entender permitem afirmar a validade e importância do Desporto Escolar em cada escola, em cada projeto educativo. A relação do Desporto Escolar com o sistema federado é um ponto-chave para o desenvolvimento desportivo do país. A cooperação e a complementaridade entre estes dois sistemas devem estar no centro das preocupações de todos nós. A existência de atividades de nível III no programa do Desporto Escolar6 projeta essa relação, que deverá ser aprofundada, garantindo sempre que esta cooperação nunca poderá ser desenvolvida numa perspetiva de subserviência do Desporto Escolar em relação ao Desporto Federado. Cumprem um mesmo objetivo - a formação desportiva - com meios e em contextos diferenciados. A permuta entre quadros competitivos destes dois sistemas pode ser uma forma de estreitar esta relação. Não só a incorporação de grupos/equipas de nível III nos quadros competitivos do sistema federado, mas também a possibilidade de participação de grupos/equipa de nível II em quadros competitivos do sistema federado e vice-versa. O nível competitivo poderá ser o único critério a considerar para a elaboração de quadros competitivos, promovendo assim uma participação “mista” (Desporto Escolar e Desporto Federado) em idades de formação. Existindo modalidades para as quais, pela sua dimensão, este processo possa ser mais difícil, para a maioria das modalidades esta relação seria a melhor forma de crescerem e se desenvolverem. Ao afirmarmos esta necessidade de aproximação é importante salientar a nossa oposição em relação à ideia de que o Desporto Escolar deve funcionar como um “viveiro” do sistema desportivo, alimentando-o nas idades de formação. Esta visão é redutora e constrange as possibilidades de desenvolvimento da prática desportiva dos nossos jovens. Da mesma forma, parece-nos limitado entender e organizar o Desporto Escolar como o espaço de eleição para a deteção de talentos que formarão os grandes campeões. Aumentando o acesso de mais jovens à prática desportiva, estaremos certamente a contribuir para que mais jovens talentosos surjam. E este é o grande contributo que o Desporto Escolar pode dar para o desenvolvimento desportivo - um processo de generalização da prática desportiva, onde poderão surgir jovens de grande valor desportivo, não devendo ser esse o móbil para a sua existência. Esta visão não deverá ser contaminada, com uma ideia de falso pedagogismo em que a competição na escola é vista como algo prejudicial para o desenvolvimento dos alunos. O Desporto Escolar é um espaço de formação desportiva: implica superação, treino e competição com vista a um melhor desempenho desportivo. A escola oferece condições para a formação desportiva, com professores habilitados para o necessário enquadramento e um clima educacional favorável, que não podem ser desprezadas. Se existe local em que os efeitos negativos de uma educação competitiva errada com princípios próximos da “vitória a qualquer preço” podem ser minorados e mesmo eliminados, a escola é certamente esse espaço. Neste contexto minimizam-se riscos de intoxicação dos nossos jovens com a criação de expetativas que contribuem para a desvalorização, por exemplo, das atividades escolares. Importa que a discussão e os esforços da nossa comunidade científica e profissional se centrem no aprofundamento das complementaridades entre a Educação Física e o Desporto Escolar, procurando relações que potenciem a sua efetivação, generalização e alargamento. Em simultâneo, devem ser analisadas as dificuldades existentes, para que se possam retirar ilações e criar condições de crescimento e de desenvolvimento sustentado. Como afirmamos há muito tempo, é essencial que exista “Educação Física para todos os alunos e Desporto Escolar em todas as escolas”7. Notas 1A EUPEA é uma organização não-governamental que reúne associações nacionais de Educação Física da Europa, que tem por missão a promoção da Educação Física e do Desporto Escolar na Europa em relação com instituições governamentais e não-governamentais, e com especialistas e profissionais desta área. Conta atualmente com mais de 30 associações representativas de toda a Europa. 2A SPEF é a entidade que, desde 1983, representa a nível nacional, a comunidade científica e profissional no âmbito da Educação Física e Desporto. 3Dados da Coordenação Nacional do Desporto Escolar - junho de 2014 - referentes apenas a Portugal Continental. 4Dados recolhidos em “Perfil do Aluno 2012/2013” da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) e Direção de Serviços de Estatísticas da Educação (DSEE) - setembro de 2014. 5Moção do 7.º Congresso Nacional de Educação Física - 2006. 6Atividades de aprofundamento da prática desportiva (treino e competição) em modalidades e grupos-equipa de elevado potencial desportivo com uma maior dotação de créditos horários. 7Moção do 6.º Congresso Nacional de Educação Física - 2003. Referências bibliográficas Decreto Legislativo Regional n.º 4/2007/M, de 11 de janeiro - estabelece as bases do sistema desportivo da Região Autónoma da Madeira e procede à primeira alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 12/2005/M, de 26 de Julho, que aprova o regime jurídico de atribuição de comparticipações financeiras ao associativismo desportivo na Região Autónoma da Madeira. Decreto Regulamentar Regional n.º 5/2012/M, de 16 de maio – cria a orgânica da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos e do Gabinete do Secretário Regional da Região Autónoma da Madeira. Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho - estabelece os princípios orientadores da organização e da gestão dos currículos, da avaliação dos conhecimentos e capacidades a adquirir e a desenvolver pelos alunos dos ensinos básico e secundário. Decreto-Lei n.º 14/2012, de 20 de janeiro - aprova a estrutura orgânica da Direcção-Geral da Educação. Decreto-Lei n.º 95/91, de 26 de fevereiro - aprova o quadro geral da Educação Física e do desporto escolar como unidades coerentes de ensino. Departamento de Educação Básica (1998). Organização Curricular e Programas -Ensino Básico – 1.º Ciclo. Mem Martins: Editorial do Ministério da Educação. Despacho n.º 14460/2008, de 26 de maio - define o regime de acesso ao apoio financeiro no âmbito do programa das atividades de enriquecimento curricular. Despacho n.º 9302/2014, de 17 de julho - regula o Desporto Escolar para o ano 2014/2015 Educação da Região Autónoma da Madeira. Lei n.º 5/2007, de 16 de janeiro - define as bases das políticas de desenvolvimento da atividade física e do desporto. Ministério da Educação (2001). Programas Nacionais de Educação Física do 3.º ciclo do ensino básico. (Reajustamento). Ministério da Educação e Ciência (2013). Programa do Desporto Escolar 2013-2017. Disponível em http://dge.mec.pt/index.php?s=noticias¬icia=693. Portaria n.º 29/2013, de 29 de janeiro - fixa a estrutura nuclear da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares. Portaria n.º 83/2012, de 22 de junho - aprova a estrutura nuclear da Direção Regional de Educação da Região Autónoma da Madeira. iEndereço de correio eletrónico: serucaferro@netcabo.pt Desporto Escolar na Região Autónoma da Madeira Equipa da Direção de Serviços do Desporto Escolari A Direção de Serviços do Desporto Escolar (DSDE), unidade orgânica da Direção Regional de Educação (DRE), pertencente à Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos (SRE), tem a sua visão, a sua missão, os seus objetivos e as suas áreas de intervenção perfeitamente definidas. Para além disso, rege-se por um conjunto de valores e princípios que pretendem adaptar-se aos tempos modernos sem esquecer o legado que foi deixado por todos aqueles que por estes serviços foram passando ao longo dos tempos e criaram um modelo de referência não só na Região Autónoma da Madeira (RAM), mas também a nível nacional e até mesmo internacional. Assim, de uma forma resumida, passamos a apresentar aquelas que são as principais linhas orientadoras do Desporto Escolar (DE) na RAM: Visão Fazer com que todos os alunos integrados no sistema educativo da RAM pratiquem atividades físicas e desportivas de forma regular. Missão Utilizar as práticas físicas e desportivas como meio de formação integral das crianças e jovens em idade escolar, de inclusão, de aquisição de hábitos de vida saudáveis e de combate ao insucesso e ao abandono escolar. Valores - Trabalho/espírito de equipa: conjugação de esforços no sentido de manter a equipa (estrutura regional) motivada na busca pelas melhores soluções que proporcionem atividades ricas e diversificadas aos nossos alunos. - Inovação: nas estratégias, nas iniciativas, nos processos, como forma de promover a participação ativa dos jovens nas atividades, envolvendo a comunidade em geral na organização das mesmas. - Inclusão: permitir a igualdade de oportunidades no acesso às práticas físicas e desportivas no respeito pela individualidade de cada um. - Comunicação: divulgar as boas práticas para o exterior como forma de garantir o reconhecimento da comunidade envolvente acerca do trabalho desenvolvido. - Qualidade: assumir as suas tarefas com responsabilidade e dedicação como forma de atingir a excelência na organização dos eventos, contribuindo para a melhoria dos desempenhos dos alunos. Princípios - A SRE/DRE regula e avalia todo o sistema. - A escola é a estrutura central de todo o processo educativo, a quem deve ser reforçada a autonomia e a responsabilidade. - A DSDE apoia as escolas no desenvolvimento dos seus projetos educativos. - O processo deve estar em constante avaliação como forma de estimular as boas práticas. Objetivos - Melhorar a oferta desportiva: reforçando a atividade interna e o acesso às atividades disponíveis, nomeadamente aquelas cujas especificidades técnicas exigem condições especiais, bem como a atividades dirigidas a alunos/utentes com necessidades educativas especiais. - Estimular a procura pelo desporto escolar: aumentando as taxas de participação desportiva, nomeadamente no ensino secundário e o número de eventos realizados. - Melhorar a qualidade da prática desportiva escolar: ao nível do desempenho dos alunos, não só como praticantes mas também como árbitros e outras funções ligadas ao desporto, reforçando a formação dos mesmos nas diferentes áreas de intervenção e dos docentes envolvidos no projeto do Desporto Escolar. - Reforçar o trabalho multidisciplinar, as parcerias e os patrocínios: começando pela própria escola, articulando o Desporto Escolar com a Educação Física e outras disciplinas do currículo, com o Desporto Federado, passando pela estreita colaboração com organizações públicas e privadas de modo a rentabilizar meios disponíveis e conseguir fontes de financiamento fora do âmbito da educação. - Consolidar o modelo já existente: promovendo a constante avaliação do processo e a comunicação interna e com o exterior, alargando a disciplina de Expressão e Educação Físico Motora a todo o pré-escolar. Áreas de intervenção - Pré-escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico: Expressão e Educação Físico-Motora (EEFM) (curricular e complemento curricular); - 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e Ensino Secundário: Desporto Escolar (complemento curricular); - Educação Especial: Educação Física adaptada (curricular) e atividade motora adaptada (complemento curricular). Documentação Toda a atividade do DE na RAM rege-se por um conjunto de documentos e diplomas legais que a seguir são elencados e que podem ser consultados em www.madeira-edu.pt/dre/desporto_escolar.aspx - Programa de provas 2014/15 - Regulamento geral de provas - Decreto Regulamentar Regional n.º 5/2012/M, de 16 de maio: cria a orgânica da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos e do Gabinete do Secretário Regional da Região Autónoma da Madeira. - Portaria n.º 83/2012, de 22 de junho: aprova a estrutura nuclear da Direção Regional de Educação da Região Autónoma da Madeira. - Decreto Legislativo Regional n.º 7/98M, de 27 de abril: define o regime jurídico dos coordenadores regionais de modalidade e concelhios da área disciplinar de Expressão e Educação Físico-Motora do 1.º ciclo do ensino básico e desporto escolar em todos os níveis de ensino. - Despacho n.º 109/2005, de 26 de setembro: Regulamenta a estrutura organizacional a nível de escola, do desporto escolar na Região Autónoma da Madeira. - Resolução n.º 818/2007, de 26 de julho: estabelece as normas a aplicar na implementação das atividades do desporto escolar. - Resolução n.º 755/2013: altera a resolução n.º 818/2007 (participação de federados). i Endereço de correio eletrónico dsde@madeira-edu.pt Sinopse do Seminário Desporto Escolar na Europa André Fernandes da Cunhai - Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos Mário Durão - Direção Regional de Educação Descrição do evento Por ocasião da reunião da Direção da Associação Europeia de Educação Física (EUPEA) - organizada pela Sociedade Portuguesa de Educação Física (SPEF) com o apoio logístico da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos (SRE) - estiveram presentes, na Região Autónoma da Madeira (RAM), representantes europeus de associações científicas e profissionais da área, de 12 a 15 de junho de 2014. A 14 de junho, a SRE, a EUPEA e a SPEF aproveitaram o ensejo e realizaram o Seminário Desporto Escolar na Europa, tendo os trabalhos decorrido no auditório da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Dr. Horácio Bento de Gouveia, no Funchal. Operacionalizado pela Direção Regional de Educação (DRE), este evento contou com a presença de docentes de Educação Física (EF) dos ensinos básico e secundário, responsáveis de núcleos do Desporto Escolar (DE), técnicos da administração pública e outros interessados. Fluxo dos trabalhos O tema em foco, escolhido pelos parceiros, realçou a componente educativa do Desporto Escolar e o seu relevo no âmbito regional, em consonância com a formação global do aluno preconizada na política educativa da RAM. No seu discurso de abertura, o Secretário Regional da Educação e Recursos Humanos, Jaime Manuel Freitas, aludiu a esta questão e ao papel da escola na igualdade de oportunidades para a prática desportiva por crianças e jovens. De igual modo, sublinhou a relevância da aposta regional de longo prazo no Desporto. O Presidente da EUPEA, Claude Scheuer, apresentou a sua entidade e a colaboração da mesma com diversas instituições internacionais. Também focou a imprescindibilidade da Educação Física no currículo escolar e enfatizou a importância do Desporto Escolar como meio complementar no desenvolvimento dos alunos. Hélder Lopes, professor da Universidade da Madeira (UMa), foi convidado para abrir os trabalhos. Apresentou o tema Escolas de hoje Europa do futuro, em que se centrou num novo paradigma de escola focada nos alunos. Propôs a criação de uma academia, em que se experimentem novas metodologias e enquadramentos organizacionais na preparação dos alunos para a vida, numa perspetiva integradora das diferentes áreas do saber. Os representantes associativos europeus apresentaram diferentes modelos de Desporto Escolar na Europa, seguindo um guião partilhado para facilitar a análise comparativa entre os vários países. Desta forma, abordaram o conceito de Desporto Escolar, a relação com o Desporto Federado e com a Educação Física, o enquadramento institucional e o estatuto profissional dos recursos humanos, bem como o tipo de alunos, as atividades, os espaços e o tempo semanal envolvidos. No primeiro painel, estiveram Nuno Ferro (Portugal), Martin Holzweg (Alemanha), Claude Scheuer (Luxemburgo) e Riitta Pääjärvi-Myllyaho (Finlândia), tendo-se seguido Ruedi Schmidt (Suíça), Jana Vaší?ková (República Checa) e Bruno Cremonesi (França), no segundo. O painel final incluiu a intervenção sobre o Desporto Escolar regional por Mário Durão, técnico da DRE, e a comunicação de Rose-Marie Repond, que apresentou o estudo Educação física e desporto na Europa: Da realidade individual ao desejo coletivo(coordenado pelo Vice-presidente da EUPEA, Marcos Onofre). Os trabalhos foram concluídos com uma ampla discussão pelos participantes - oradores e público - sobre o Desporto na escola e a sua articulação com as atividades curriculares de Educação Física. Conceito de Desporto Escolar (DE) em cada país Portugal: DE é “o conjunto de práticas lúdico-desportivas e de formação com objeto desportivo, desenvolvidas como complemento curricular e de ocupação dos tempos livres, num regime de liberdade de participação e de escolha, integradas no plano de atividades da escola e coordenadas no âmbito do sistema educativo” Alemanha: “Aprender o movimento” e “Aprender com o movimento” Luxemburgo: “Aprender o movimento” e “Aprender com o movimento” Finlândia: Estilo de vida ativo e saudável Suíça: Promoção da atividade física Relação entre a Educação Física (EF) e o Desporto Escolar Portugal: Mesmos professores; Educação Física obrigatória; DE opcional; DE complementa a EF Alemanha: A EF é parte do DE Luxemburgo: Mesmos professores; EF obrigatória; DE opcional; DE complementa a EF Finlândia: DE opcional Suíça: DE complementa a EF Relação entre o Desporto Escolar e o Desporto Federado Portugal: Pouca cooperação Alemanha: Protocolos de cooperação para realização de projetos Luxemburgo: Associações Nacionais de DE membros do Comité Olímpico Nacional Finlândia: Colaboração forte Suíça: Ambos são enquadrados pelo Ministério da Defesa Enquadramento institucional do Desporto Escolar: sistema educativo ou sistema desportivo Portugal: Sistema educativo Alemanha: Sistema educativo Luxemburgo: Afiliação oficial: Sistema desportivo pelo Comité Olímpico Nacional; Financiamento: Sistema educativo Suíça: Sistema educativo Finlândia: Ministério da Defesa - Administração federal do desporto Estatuto profissional dos recursos humanos do Desporto Escolar Portugal: Professores Alemanha: Professores, treinadores e alunos mais velhos Luxemburgo: Professores, animadores e alunos mais velhos Suíça: Professores e instrutores Finlândia: Professores e instrutores Escalão etário dos alunos envolvidos Portugal: Dos 10 aos 18 anos de idade Alemanha: Dos 6 aos 19 anos de idade Luxemburgo: Dos 4 aos 19 anos de idade Suíça: Dos 7 aos 16 anos de idade Finlândia: - Atividades promovidas Portugal: Vasto conjunto de desportos Alemanha: Vasto conjunto de desportos Luxemburgo: Vasto conjunto de desportos Suíça: Vasto conjunto de desportos Finlândia: Vasto conjunto de desportos Local de realização Portugal: Escolas Alemanha: Escolas e clubes Luxemburgo: Escolas e instalações públicas Suíça: Escolas Finlândia: Escolas Tempo semanal Portugal: 3 horas Alemanha: 3 horas Luxemburgo: - Suíça: 5 horas Finlândia: - Conceito de Desporto Escolar (DE) em cada país República Checa: A atividade física como um direito de todos; formar uma atitude positiva em relação ao desporto e atividade física França: A atividade física como um direito de todos Região Autónoma da Madeira: - Estudo da EUPEA: Direito de todos ao acesso à atividade física de qualidade; DE sempre relacionado com a escola Relação entre a Educação Física (EF) e o Desporto Escolar República Checa: EF obrigatória; DE opcional França: Mesmos professores; EF obrigatória; DE opcional; DE complementa a EF Região Autónoma da Madeira: Mesmos professores; EF obrigatória; DE opcional; DE complementa a EF Estudo da EUPEA: EF e DE contribuem para a mesma finalidade educativa; DE complementa a EF Relação entre o Desporto Escolar e o Desporto Federado República Checa: Protocolos de cooperação para criação de centros desportivos França: Têm o mesmo objetivo: mais crianças a praticar desporto e melhor desporto Região Autónoma da Madeira: Protocolos de cooperação Estudo da EUPEA: - Enquadramento institucional do Desporto Escolar: sistema educativo ou sistema desportivo República Checa: Sistema educativo, de juventude e desporto França: Sistema educativo Região Autónoma da Madeira: Sistema educativo Estudo da EUPEA: Por norma, o sistema educativo, com exceção da Suíça Estatuto profissional dos recursos humanos do Desporto Escolar República Checa: Professores França: Professores Região Autónoma da Madeira: Professores Estudo da EUPEA: Normalmente professores, mas por vezes instrutores ou treinadores Escalão etário dos alunos envolvidos República Checa: Dos 6 aos 19 anos de idade França: Dos 3 aos 18 anos de idade Região Autónoma da Madeira: Dos 3 aos 18 anos de idade Estudo da EUPEA: Normalmente dos 10 aos 18, mas por vezes a partir dos 3 anos de idade Atividades promovidas República Checa: Vasto conjunto de desportos França: Vasto conjunto de desportos Região Autónoma da Madeira: Vasto conjunto de desportos Estudo da EUPEA: Vasto conjunto de desportos Local de realização República Checa: Escolas e instalações de clubes França: Escolas Região Autónoma da Madeira: Escolas, instalações públicas e de clubes Estudo da EUPEA: - Tempo semanal República Checa: - França: 3 horas Região Autónoma da Madeira: 3 horas Estudo da EUPEA: Atual:1 a 6 horas Mínimo desejável: 2 horas Contributos Relativamente ao conceito de Desporto Escolar nos vários países, foram apresentadas diferentes variações de um grande ponto de vista assente nos direitos à saúde e à aprendizagem. Países como Portugal, República Checa e França apresentam o acesso à prática desportiva como um direito a ser consagrado a todos os cidadãos, de forma a criar uma atitude positiva nas crianças face ao desporto e atividades físicas em geral. Na Alemanha, consagram-se as valências do desporto pela aprendizagem do movimento e com o movimento, enquanto países como a Finlândia e a Suíça realçam os benefícios para a saúde proporcionados pelo Desporto Escolar. Quase todos os países europeus têm desporto escolar. O Desporto Escolar é entendido como uma realidade diferente da Educação Física. Umas vezes, intersetam-se ou o DE é a extensão da EF; noutras vezes, o DE abrange a EF. A Educação Física é sempre entendida como a área curricular. A generalização do acesso ao DE poderá complementar o papel da EF na educação ao longo da vida. Na maioria dos países, os professores são os mesmos e o DE é opcional, enquanto a EF é obrigatória (Portugal, França, Luxemburgo e Suíça). Ainda relativamente ao estatuto profissional dos recursos humanos no DE, em outros países está prevista a participação de figuras de tutor no DE, como instrutores, treinadores e animadores, respetivamente na Finlândia, Alemanha e Luxemburgo. A relação entre o DE e o Desporto Federado baseia-se em protocolos de cooperação em todos os países à exceção do Luxemburgo, onde se procura uma maior aproximação entre ambos, até à data pouco existente. Em geral, a participação de atletas federados em competições do Desporto Escolar não é limitada, apesar da exceção registada em alguns cantões da Suíça, onde se limita a participação competitiva a um ou dois federados por equipa. Na Madeira, não se permite a participação de atletas federados na competição. O Desporto Escolar está enquadrado institucionalmente no sistema educativo em todos os países, com exceção da Suíça, em que é enquadrado pelo Ministério da Defesa. Tanto na Suíça como na Alemanha, a organização política em federações torna a regulamentação específica do DE, bem como da restante educação, variante consoante as especificidades locais. As idades de participação dos alunos nos diferentes sistemas desportivos escolares variam entre os três anos e a idade adulta, de forma geral até aos dezoito anos ou ao abandono do sistema educativo. Na RAM e em França, os alunos começam a ser integrados no sistema desportivo escolar a partir dos três anos. No Luxemburgo, a sua integração começa aos quatro anos, enquanto na República Checa e Alemanha começa aos seis; na Finlândia inicia-se aos sete e, em Portugal Continental, a oferta desportiva escolar apenas começa aos dez anos. Em todos os países, a oferta desportiva passa pela conjugação da procura dos alunos com as condições físicas e humanas disponíveis nas escolas. Isto resulta num leque muito variado de modalidades desportivas formais e informais de caráter regular e pontual. As escolas são os locais de eleição das atividades desportivas escolares, conjugando-se as instalações de clubes com o estabelecimento de protocolos. A duração semanal destas atividades varia entre o mínimo de uma hora na Suíça, as três horas em Portugal, França, Alemanha, e o máximo de cinco horas na Finlândia. As competições ocorrem, na sua maioria, em períodos determinados durante a semana; por exemplo, à quarta-feira à tarde em França e quinta-feira à tarde no Luxemburgo. Na RAM, as competições ocorrem, principalmente, aos sábados de manhã. A UNESCO consagrou o direito universal dos cidadãos a uma educação física de qualidade e ao acesso ao desporto. A escola possibilita essa igualdade de oportunidades de participação, visto que congrega toda a população infantojuvenil. A Educação Física e o Desporto Escolar são, atualmente, parte da agenda política na Europa. Centros de formação desportiva, academias ou outros espaços de conjugação entre o percurso escolar e o desporto são uma opção atual e futura para desenvolver o desporto na população escolar. A escola pode responder às necessidades de excelência desportiva. Tem as condições reunidas para ser a fundação do “edifício desportivo” e alargar a base de participação, como também para permitir o trabalho individualizado e a deteção de talentos. A excelência pode ainda significar a realização do potencial de cada aluno. Num contexto de discussão sobre a idade para a iniciação desportiva na escola, a abordagem deve partir do desenvolvimento das capacidades motoras de base e visar a progressividade de formalização da prática. São necessários mais estudos específicos sobre o Desporto Escolar. i Endereço de correio eletrónico: andre.cunha@madeira-edu.pt Praticar Yoga... Para que da criança nasça um adulto saudável e feliz! Sem exceções... Mónica Nevesi - Colégio de Santa Teresinha e Centro de Apoio Psicopedagógico do Funchal Delegada da Confederação Portuguesa do Yoga na Ilha da Madeira A Confederação Portuguesa do Yoga, através da sua Delegação na Ilha da Madeira, desenvolve já pelo 5.º ano consecutivo, aulas do Yoga para crianças… Desde o nascimento que a criança é exposta a constantes transformações… O Yoga Sámkhya (o Yoga primordial com mais de 6000 anos de existência) pretende que a criança cresça e se desenvolva em total harmonia com o seu corpo e com o que a rodeia, de forma Saudável e Feliz! São inúmeros os benefícios da prática do Yoga! A criança: - desenvolve e preserva o seu Equilíbrio Físico, Mental e Energético (aprendendo a “habitar” e a conhecer o seu corpo); - aprende a respirar corretamente e a tirar partido da sua respiração; - desenvolve o seu bem-estar e o efeito antisstress; - desenvolve a sua psicomotricidade e flexibilidade; - aumenta a sua capacidade de concentração; - desenvolve o gosto pela aprendizagem, o desejo de sabedoria e a sua criatividade; - desenvolve o seu emocional positivo; - aumenta a sua autoestima e a sua autoconfiança; - desenvolve o espírito de grupo, de cooperação e de solidariedade; - desenvolve o respeito por si própria, pelo próximo, pelo que a rodeia e pelo Universo a que pertence; - aprende a verdadeira importância do silêncio. Tudo isto e muito mais, sempre de forma lúdica! A criança inicia assim a maravilhosa descoberta do seu Universo Interior, crescendo saudável pois o Yoga promove a sua saúde (por exemplo ao nível da coluna vertebral, peso adequado, acuidade visual, pulmões, sistema imunitário, forte oxigenação do cérebro…), ficando assim com maior preparação para os choques químicos/hormonais da puberdade. Com o decorrer das aulas do Yoga Sámkhya junto das crianças, rapidamente percebemos que os benefícios eram inúmeros e mais, não demoravam muito a aparecer… Foi de tal forma que o número de praticantes no segundo ano do projeto passou de 15 para mais de 70 crianças. Observando tal evolução, quisemos ir mais além…e porque não alargar as aulas do Yoga Sámkhya às crianças com necessidades especiais (NE)? Sendo docente de educação especial (EE) e coordenadora do Centro do Yoga na Ilha da Madeira, Especializada em Yoga para Crianças, coloquei este projeto em prática… Estando a lecionar no Colégio de Santa Teresinha, em parceria com a sua Direção, numa primeira fase, as aulas do Yoga Sámkhya começaram para todos os alunos do 1.º ciclo de EE do Colégio. Os resultados foram tão visíveis que no ano seguinte alargamos o projeto ao 2.º ciclo e no presente ano letivo, 2014/2015, também já os alunos de EE do 3.º ciclo usufruem de Aulas do Yoga. Para além dos benefícios diretos do Yoga que são bem visíveis nestes grupos de alunos, este projeto permitiu uma melhoria direta no trabalho como docente especializada, permitindo uma abertura muito maior por parte destas crianças ao trabalho proposto pela professora de EE. Ainda neste ano letivo, e considerando os benefícios obtidos nos alunos que já praticam Yoga no Colégio, iniciámos um projeto com os 4.º anos de escolaridade: Yoga…Exames sem stress!. Nestas aulas trabalhamos sobretudo o controlo emocional da criança, em termos de ansiedade, autoconfiança, concentração, etc… para que na hora dos exames nacionais o aluno possa dar o seu melhor! Paralelamente ao projeto no Colégio de Santa Teresinha, outros foram crescendo… Verificando a necessidade de um acompanhamento individualizado por parte de algumas crianças que chegavam às aulas do Yoga em grupos de alunos sem NE, foram abertas sessões individuais para crianças com Perturbações do Espectro do Autismo (PEA) e também com Paralisia Cerebral (PC). Aqui o trabalho é muito diferenciado, no caso das PEA, é seguido o Modelo do Ensino Estruturado com o qual estão familiarizados nas suas escolas. Cada exercício do Yoga corresponde a uma imagem, sendo que no início trabalhamos apenas algumas Disciplinas Técnicas (o Yoga Sámkhya preconiza um total de 13 Disciplinas Técnicas aplicadas às crianças), até que o aluno se sinta seguro e as domine, e progressivamente vamos aumentando o número de exercícios consoante a evolução individual de cada criança, respeitando-a. Nos alunos com PC, todo o trabalho é realizado em parceria com as terapeutas que acompanham a criança. Para além da troca de informações, estas estão presentes nas primeiras aulas do Yoga de forma a conhecermos as capacidades do aluno, o que devemos desenvolver e a melhor forma de o fazer, tirando o máximo partido das diferentes áreas. Optámos por aulas individuais de forma a conseguir responder às necessidades de cada um, de outra forma não seria possível… Contudo temos bem presente a importância da integração, por isso, temos um papel ativo na criação de situações que permitam à criança praticar em grupo, de forma pontual até ser definitiva… É esse o nosso grande objetivo! Desta forma, para concretização desta grande meta, levamos as aulas do Yoga Sámkhya às turmas dos alunos com NE que praticam em sessões individuais… Este projeto decorre com um mínimo de 7 aulas, em horário letivo das crianças, onde a docente titular do grupo e a docente de EE do aluno em questão também fazem a aula, para que todos sintam os benefícios do Yoga. Com este tipo de projetos que temos vindo a desenvolver junto das escolas, o que sentimos é que a criança deixa de caminhar sozinha, já não se trata só do “tubo de ensaio” da aula do Yoga, começa a haver procura da serenidade, do bem-estar, do controlo emocional, etc., fora desta, junto dos seus colegas, onde mais precisa de se desenvolver… na sua escola. Outra forma de implementar a integração das crianças que praticam individualmente é fazendo sequências do Ásana (Posições psicobio-físicas). Este tipo de projeto pode ser realizado na turma do aluno em questão, ou com o grupo de crianças onde pretendemos inseri-lo, consoante o nosso objetivo. Aqui é treinada uma “coreografia” com posições do Yoga, associada a uma música, que visa salientar as capacidades das crianças, não só ao nível da execução dos exercícios físicos, mas também do domínio da harmonia, e quando em conjunto da capacidade de sincronia, juntamente com o tema da integração. No final do projeto, esta é apresentada ao público, sendo sempre um momento de grandes emoções… A família tem certamente o papel mais importante na evolução das crianças e por isso mesmo não é esquecida. Cada criança que pratica individualmente tem um “caderno” que leva para casa e onde cada página é uma figura da disciplina técnica igual à trabalhada em aula. Este vai crescendo cada vez que é adicionado um novo exercício. O objetivo é que a criança pratique Yoga fora da aula com a sua família, para assim mais facilmente evoluir, levando os sucessos para a sua vida. Com a aplicação destes projetos fora das sessões individuais conseguimos já que algumas crianças estejam hoje a praticar em grupo, sem qualquer necessidade de adaptação…o que nos faz querer continuar a crescer com o Yoga na Educação. Para tal, iniciámos no presente ano letivo um trabalho mais profundo junto das crianças/adolescentes com Perturbações no Desenvolvimento (PD). Em parceria com a APPDA (Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo), lecionamos aulas semanais do Yoga Sámkhya, individuais e de grupo, adaptando-as às necessidades presentes. Apesar de recente, o projeto está já ter os seus resultados, tendo um feedback positivo por parte da família dos alunos. Iniciámos também um projeto com a Unidade de Ensino Estruturado da Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-Escolar da Ladeira, onde 6 meninos com PEA praticam semanalmente. Aqui, apesar da aula ser em grupo, cada exercício é feito individualmente com cada aluno, devido às suas especificidades. Quando é mostrada a figura do exercício pretendido, esta é levada junto de cada aluno, os que verbalizam, dizem o nome da imagem, os que ainda não o fazem apontam com o seu dedo escutando a palavra. De seguida, é demonstrado o exercício e novamente, de forma individualizada, os alunos são ajudados a fazê-lo. De salientar que esta metodologia apenas é possível graças à presença das docentes e técnicas que ajudam durante a aula do Yoga. As evoluções estão mais uma vez a ser fabulosas, a maior parte das crianças já associa a imagem ao exercício, fazendo-o corretamente. E a opinião dos docentes e técnicos que acompanham este grupo de crianças revela que ficam muito mais serenos depois da aula do Yoga… Querendo abraçar o tema da inclusão, com a colaboração do Colégio de Santa Teresinha, a Confederação Portuguesa do Yoga, através da sua delegação da Madeira, levou as aulas do Yoga Sámkhya a centenas de crianças do concelho de Santa Cruz e Funchal, durante a Semana Regional da Pessoa com Necessidades Especiais (SRPNE). Associando a prática do Yoga a este grande objetivo que é o de mostrar que, com o devido respeito pelas particularidades de cada um, todos são capazes, foram abordadas diferentes necessidades especiais. Durante a aula, os alunos aprenderam qual a melhor forma de comunicar e ajudar cada um destes “Amigos Especiais”, inclusive através da Língua Gestual Portuguesa. Conseguimos mais uma vez, através da prática do Yoga sensibilizar as crianças para a importância da Diferença, com a mensagem final: Que beleza teria o Arco-íris se tivesse só uma cor? Seria como se, no nosso Planeta, fossemos todos iguais… perderia toda a sua beleza! Porque as aulas do Yoga Sámkhya têm o poder de se flexibilizarem perante cada necessidade evidenciada, permitindo trabalhar todos os assuntos que chegam até nós por observação direta das crianças, transmitidas pelos pais, professores, terapeutas… os resultados têm sido tão positivos. Podemos chegar a cada um, respeitando as suas diferenças, valorizando-as e tirando partido delas. É neste sentido que continuaremos a caminhar para trazer cada vez mais sorrisos às crianças da nossa Ilha da Madeira, fazendo-as crescer, respeitando o Ser que são e o próximo, trazendo à sua consciência a certeza de que são capazes e podem fazer a diferença nas suas vidas e no futuro do nosso Planeta! É pelo brilho que vemos nos olhos das crianças que praticam Yoga que queremos fazer crescer este projeto… E terminamos como iniciámos… com o mais importante para nós: Que da criança nasça um adulto saudável e feliz…sem exceções! i Endereço de correio eletrónico: mjoneves@sapo.pt A Psicologia do Desporto e a Educação Nelson Teixeirai - Gabinete do Ensino Superior da Direção Regional de Juventude e Desporto É do conhecimento comum que a Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano. Por sua vez, e em consequência, a psicologia do desporto será a ciência que estuda o comportamento humano em contexto desportivo. Este estudo visará não só o desempenho mental do praticante desportivo mas também o efeito que o desporto tem sobre o funcionamento da mente humana. Mas porquê estudar o comportamento humano? Porquê haver então a própria Psicologia? Esta produção de conhecimento sobre a mente humana, o seu funcionamento, apenas terá razão de ser se for para aplicar esse mesmo conhecimento de modo a aumentar o rendimento do comportamento humano. Ou seja, em minha opinião, a Psicologia será sempre a ciência que estuda o comportamento humano de modo a poder implementar incrementos de rendimento, melhorias de desempenho. Consequentemente, a Psicologia do Desporto será a ciência que estuda o comportamento humano em contexto desportivo visando a melhoria do rendimento desportivo ou, então, o estudo dos efeitos da prática desportiva na melhoria do rendimento e funcionamento psicológico do ser humano. No contexto da Educação, será que a Psicologia do Desporto terá aplicabilidade? Por outras palavras, será que aquilo que se sabe sobre mente e rendimento desportivo pode ser utilizado para influenciar positivamente o rendimento de alunos e de professores em contexto escolar? Vamos lá ver! Do ponto de vista do professor Em desporto, é linguagem corrente os termos equipa, grupo e liderança. Sabemos quais são os mecanismos da dinâmica dos grupos e quais as características necessárias de modo a que estas se transformem em equipas de sucesso. Também sabemos quais são as competências necessárias para uma liderança de sucesso. Existe ou não um paralelo entre a sala de aula e uma equipa desportiva? Pode o professor ser entendido como treinador ou líder de um processo dinâmico visando a obtenção de determinados resultados? A gestão de um grupo, seja ele uma equipa ou uma turma, implica, necessariamente, a compreensão teórica daquilo que o caracteriza. É com base nos conceitos teóricos que poderemos desenvolver e implementar um plano de ação. O grupo é mais do que a soma dos indivíduos que o compõe. Existe a relação ou inter-relação com influências recíprocas. Há que conhecer os objetivos individuais de cada qual e definir claramente os objetivos coletivos. Tanto alunos como professores (líder) trazem os seus recursos para o seio do grupo. A partir destes definem-se objetivos e processos, obtendo-se resultados individuais e coletivos. Cada momento destes implica avaliação ou reflexão. A Psicologia e a Psicologia do Desporto apresentam diferentes estratégias de intervenção para cada uma destas fases. Tem-se verificado que a linguagem oriunda do desporto (equipa, líder, objetivos, treino…) é bem aceite e de fácil apreensão. Aliás, nos anos 70 os primeiros psicólogos que desenvolviam investigação em desporto tiveram os seus primeiros clientes no meio empresarial e não nos clubes! Foram as grandes cooperativas empresariais dos Estados Unidos da América que entenderam que para que os seus colaboradores funcionassem como uma equipa procurando o sucesso, teriam de procurar os meios necessários junto daqueles que fazem precisamente isso no seu dia-a-dia: o desporto. Do ponto de vista do aluno Competências individuais tais como atenção, motivação, resiliência, superação, concentração, gestão de stress/ansiedade e definição de objetivos são características fundamentais para o desempenho de excelência de um bom aluno. Curiosamente, ou não (!), são estas as competências que são trabalhadas junto dos atletas no seu percurso de alto rendimento. O desporto é um meio que permite e faculta uma comparação social constante. Cada execução técnica, tática ou física do praticante é avaliado por si próprio, pelo treinador e pelos colegas. Por sua vez, o desempenho do praticante é comparado ao dos seus colegas e adversários. Por outras palavras, o praticante é constantemente sujeito a avaliações da sua competência e comparado com outros. O acumular destes momentos avaliativos poderá facultar ao atleta competências necessárias para lidar com os momentos de maior ansiedade e stress, isto é, desenvolver coping skills para enfrentar estímulos causadores de stress e ansiedade. Penso que o paralelo é claro: competição desportiva/testes ou exames, etc. Aliás, já tive a experiência de acompanhar alguns alunos que evidenciavam grandes dificuldades em contexto de exames (grande nível de ansiedade). A solução encontrada foi desenvolver as competências necessárias em contexto desportivo (definir atividade, definir objetivos, avaliar, redefinir objetivos) e consequente transfere para o enquadramento escolar. A Psicologia do Desporto e a Educação A Psicologia do Desporto como fonte de conhecimento e de técnicas pode ter a sua utilidade no meio educativo, tanto para educadores como para educandos. Tem-se verificado que a linguagem e as estratégias utilizadas são aceites e apropriadas pelos diferentes intervenientes fora do contexto desportivo. O contexto Educação não será diferente. Hoje, por ventura, as palavras mais enfatizadas na nossa sociedade serão o sucesso, o competir, a competitividade e a produtividade. Todos termos muito enraizados na prática desportiva. No desporto sabemos como trabalhar os atletas nas suas diferentes vertentes (físico, técnico, tático e psicológico), de modo a melhorar o seu desempenho. Podemos fazer migrar estas estratégias para o contexto escolar. No desporto queremos atletas mentalmente fortes e aptos para os seus diversos desafios. Será então possível perspetivar um aluno como um atleta ou então como um atleta de alto rendimento? Se pensarmos que sim, há que levar o aluno a treinar, a desenvolver todas as suas competências e a competir. Este competir não implica necessariamente com outros alunos mas consigo próprio procurando melhorias constantes até atingir o objetivo de processo ou de resultado pretendido. Sendo assim, há que reconhecer que alunos e professores terão momentos “em baixa de forma” ou “em grande forma” e que o seu rendimento psicológico irá influenciar fortemente o seu desempenho. i Endereço de correio eletrónico: nelson.teixeira@madeira-edu.pt Decreto-Lei n.º 43/2014, de 18 de março O Programa do XIX Governo refere como objetivo central da política de ensino superior a melhor adequação da oferta educativa tanto à diversidade da procura como às necessidades do país em quadros qualificados. O referido Programa aponta também para o investimento do ensino politécnico nas formações de curta duração. O n.º 1 do artigo 15.º da Lei de Bases do Sistema Educativo prevê que os estabelecimentos de ensino superior possam realizar ciclos de estudos não conferentes de grau académico, cuja conclusão com aproveitamento conduz à atribuição de um diploma. O presente decreto-lei procede à criação de um novo tipo de formação superior curta não conferente de grau, os cursos técnicos superiores profissionais. Estes ciclos de estudos serão ministrados no âmbito do ensino superior politécnico e têm uma componente de formação geral e científica, uma componente de formação técnica e uma componente de formação em contexto de trabalho, que se concretiza através de um estágio. Esta iniciativa visa introduzir, no âmbito do ensino superior, uma oferta educativa de natureza profissional situada no nível 5 do Quadro Europeu de Qualificações para a Aprendizagem ao Longo da Vida, aprovado pela recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2008, em que se prevê a existência de ciclos de estudos curtos ligados ao primeiro ciclo de estudos (licenciatura), com 120 ECTS (créditos segundo o European Credit Transfer and Accumulation System (sistema europeu de transferência e acumulação de créditos) e, consequentemente, dois anos de duração. A oferta de formação deste nível terá uma forte inserção regional, materializada no seu processo de criação, na definição dos planos de estudos e na concretização da componente de formação em contexto de trabalho, bem como na interação obrigatória com as empresas e associações empresariais da região. Estes cursos atenderão às necessidades da economia e das regiões em que serão ministrados, e poderão igualmente atrair novos públicos para o ensino superior, não só jovens como adultos, e, em particular, jovens provindos do ensino secundário profissional. No âmbito do ensino superior, os cursos técnicos superiores profissionais substituirão progressivamente os cursos de especialização tecnológica, beneficiando da capacidade de formação existente nas instituições que ministram ensino superior politécnico ao nível da licenciatura e do mestrado. A oferta dos cursos de especialização tecnológica, que têm a natureza de cursos pós-secundários não superiores, manter-se-á no âmbito das instituições de ensino e de formação profissional não superiores, respondendo a necessidades do mercado de trabalho distintas daquelas a que se visa prover através dos cursos técnicos superiores profissionais. Valorizando o investimento feito e beneficiando da capacidade formativa instalada, as instituições de ensino superior articular-se-ão com as instituições que ministram cursos de dupla certificação de nível de qualificação 4 e cursos de especialização tecnológica, tendo em vista a partilha de recursos humanos e materiais na concretização do ensino dos cursos técnicos superiores profissionais. Espaço TIC Pceye Go O Pceye Go é um sistema de acesso e controlo pelo olhar que funciona em computadores portáteis ou de secretária, permitindo ao utilizador trabalhar com qualquer aplicação que também possa ser controlada com o rato. Trata-se de um sistema portátil, que pode ser facilmente montado em qualquer computador graças ao seu sistema único de ímanes. Dado que contém um processador integrado, não afeta a performance dos computadores mais antigos. Para ativá-lo, o utilizador tem apenas de olhar para a tela do ecrã e controlar o movimento do cursor do rato com a direção do olhar. Comercialização: Anditec, Tecnologias de Reabilitação, Lda. - Alameda Roentgen, 9 C - 1600-757 Lisboa - Telefone: 217 110 170 Fax: 217 110 179 - Email: anditec@mail. telepac.pt - Página Web: http://www.anditec.pt Oscar Feels Com o Oscar Feels pode explorar quatro emoções - felicidade, medo, tristeza e raiva - através de histórias que retratam um dia na vida do Óscar. Em cada uma destas histórias são apresentadas atividades onde são exploradas as emoções com recurso a material didático adaptado, seguindo um programa estruturado. As atividades são realizadas entre o adulto e a criança, dada a importância dos professores e dos pais no desenvolvimento da inteligência emocional. Oscar Feels foi especialmente criado para pessoas com perturbações do espectro do autismo. Comercialização: Imagina - Casa de São Francisco, Estrada de Assafarge, n.º 6 - 3040-718 Castelo Viegas - Coimbra - Tel: 239 499 230 - Fax: 239 499 239 - Email: info@imagina.pt - Página Web: http://www.imagina.pt Sopa Decimal Este software é um instrumento inovador na aprendizagem da matemática, uma vez que o seu funcionamento baseia-se na capacidade de aprendizagem de conceitos matemáticos abstratos, através da interação e manipulação de objetos visuais. O programa inclui dezenas de fichas de trabalho e atividades previamente preparadas e prontas a utilizar com os alunos/educandos, que o professor pode alterar, conforme considerar adequado. Sopa Decimal destina--se a ser utilizado por alunos entre o 3.º e o 6.º ano de escolaridade e por educadores e professores. Comercialização: Imagina - Casa de São Francisco, Estrada de Assafarge, n.º 6 - 3040-718 Castelo Viegas - Coimbra - Tel: 239 499 230 - Fax: 239 499 239 - Email: info@imagina.pt - Página Web: http://www.imagina.pt Bia e Kiko exploram a Matemática O pack Bia e Kiko é constituído por um DVD multimédia e um caderno de atividades, com dezenas de atividades intuitivas e atrativas, que estimulam o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças. Com a Biae o Kiko,as crianças vão descobrir o prazer no aprender e no desenvolvimento de novas competências na área da matemática. O DVD é composto por quatro grandes espaços – História, Músicas, Jogos e Recreio -, nos quais as crianças podem realizar experiências únicas e divertidas de classificação, seriação, contagem, orientação espacial, raciocínio lógico, reconhecimento de figuras geométricas, criação de músicas e coreografias, entre muitas outras. Comercialização: Lusoinfo II Multimédia Lda. - Rua António Gomes Soares Pereira, n.º 188 B, 4470-139 Maia - Tel. 229 428 612 - Tlm. 938 111 886 - Email: geral@lusoinfo. com - Página Web: http://www.lusoinfo.com/BiaeKiko/homeMat.html Livros Mais Forte do que Eu! Autores: Ana Rodrigues e Nuno Lobo Antunes Editora: Lua de Papel Ano: 2014 Existem, em Portugal, milhares de crianças e adolescentes com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA). De acordo com os autores desta obra, trata-se de um nome comprido para uma perturbação complexa, que tendemos a banalizar e a rotular as crianças como mal-educadas. O rótulo não é justo. São crianças com pais que genuinamente se preocupam, que se interrogam, que não sabem mais o que fazer. E por isso, é a eles, e aos professores, que se destina este livro. Mais Forte do que Eu! aborda o estado da arte sobre a PHDA, os seus sintomas, diagnóstico, medicação, acompanhamento, através de um olhar multifocal. Dificuldades de aprendizagem específicas: Dislexia, Disgrafia, Disortografia e Discalculia Autora: Diana Teresa Coelho Editora: Areal Editores Ano: 2013 Dificuldades de aprendizagem específicas é um livro que, pela primeira vez em Portugal, reúne e descreve de forma sucinta e acessível problemas tão presentes nas nossas salas de aula, como a Dislexia, a Disgrafia, a Disortografia e a Discalculia. Com mais de 100 atividades práticas, este livro pretende dotar de informação auxiliar professores, educadores, encarregados de educação, familiares, psicólogos, terapeutas e todos os que necessitam de uma linha orientadora para a facilitação da aquisição dos conteúdos curriculares por parte das crianças com Dificuldade de Aprendizagem. A Educação Física e o Desporto nas Escolas na Europa Relatório Eurydice Autor: Comissão Europeia/EACEA/Eurydice Editora: Serviço de Publicações da União Europeia Ano: 2013 Este livro delineia o ponto da situação da educação física e das atividades desportivas nas escolas em 30 países europeus, através de uma análise aprofundada dos dados disponibilizados pelas unidades nacionais da Rede Eurydice. O presente relatório abrange o ensino primário e o secundário inferior e aborda os seguintes tópicos: a existência de estratégias nacionais e de iniciativas em larga escala, o estatuto da educação física nos currículos nacionais e nos documentos orientadores, a carga horária anual recomendada, a avaliação dos alunos, a formação de professores, as atividades extracurriculares e as reformas planeadas. Notícias X edição dos Jogos Todos a Mexer Equipa do Serviço Técnico Socioeducativo de Apoio à Deficiência Profunda Cor, alegria e muita animação fizeram parte da X edição dos Jogos Todos a Mexer, organizada pelo Serviço Técnico Socioeducativo de Apoio à Deficiência Profunda (STADP) que decorreu a 5 de junho, no Campo do Clube Desportivo de São Roque. Cerca de 80 participantes, oriundos do STADP, dos Centros de Atividades Ocupacionais do Funchal, em S. Roque e em S. Pedro, da Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-escolar do Lombo Segundo e familiares participaram neste evento. Promover a vertente lúdico-desportiva, sensibilizar os participantes para a prática de atividade física e promover o convívio entre os mesmos constituíram os principais objetivos deste evento. Dos vários jogos programados (constituídos por 6 estações), na primeira parte, destacamos a presença de um insuflável que fez a delícia de todos, principalmente das crianças que o exploraram de forma alegre e divertida. Na segunda parte dos jogos, contámos com a colaboração de um elemento da comunidade que gentilmente aceitou o nosso convite para dinamizar uma aula de aeróbica. Assim, os jogos terminaram num ambiente contagiante pela música e pelo movimento com a participação de todos os utentes e colaboradores. O evento culminou com um lanche convívio entre todos os participantes. Os nossos agradecimentos às entidades que tornaram possível mais uma edição destes Jogos, concretamente o Clube Desportivo de São Roque, o Hipermercado Continente e o Castelo das Cambriolas. Final do AgenteX Campeonato Regional de Resolução de Problemas de Matemática Gonçalo Amorim e Pedro Damião – AgenteX O Campeonato Regional de Resolução de Problemas de Matemática – AgenteX realizou a Grande Final da sua 8.ª edição no dia 13 de junho de 2014, na Escola Básica e Secundária Bispo D. Manuel Ferreira Cabral, em Santana. Este projeto, de âmbito regional, proporciona aos alunos dos 5.º, 6.º, 7.º e 8.º anos o acesso a iniciativas de aprender e pôr em prática a Matemática, competindo amigavelmente com colegas e com alunos de outras escolas da Região Autónoma da Madeira (RAM). Desta forma, pretende-se estimular os participantes a desenvolver estratégias de resolução mediante determinados problemas matemáticos, não utilizando necessariamente os conteúdos curriculares que aprendem na sala de aula. A resolução de problemas é uma estratégia de ensino que permite apresentar os conteúdos de uma forma lúdica e atrativa, tanto para os alunos como para os professores. Assim, o AgenteX apresenta-se como uma ferramenta no combate ao insucesso da Matemática nos 2.º e 3.º ciclos, garantindo aos professores mais um recurso importante para implementar nas aulas de Matemática, laboratórios de Matemática, aulas de substituição, entre outros. A Grande Final do AgenteX é o culminar do trabalho realizado durante o ano letivo. Dos cerca de 1.200 participantes que ao longo do ano investigaram 10 problemas matemáticos, apuraram-se 111 alunos, de 23 escolas dos 2.º e 3.º ciclos da região, para a final presencial. Neste dia, os agentes finalistas chegaram a Santana, pelas 10 horas, acompanhados pelos professores e alguns pelos próprios encarregados de educação. Uma equipa de professores da escola de Santana deu-lhes as boas vindas, entregando-lhes a t-shirt oficial da iniciativa e conduziu-os às salas de prova, segundo listas previamente elaboradas, mediante um processo de anonimato. As Provas (AgenteXmini e AgenteXmax), que se realizaram pelas 10h30, eram compostas por 6 problemas matemáticos, 3 do tipo “escolha múltipla” e 3 de “resposta aberta”, nas quais os alunos teriam de apresentar todo o processo de resolução e respetiva solução. Ainda no período da manhã, enquanto os alunos realizavam a prova, os professores acompanhantes foram conduzidos ao anfiteatro da escola para uma reunião de divulgação do programa específico do dia. Finalizada a prova, os finalistas e os professores acompanhantes juntaram-se na cantina da escola para um almoço convívio. Pelas 13 horas, toda a comitiva deslocou-se ao Parque Temático da Madeira, permitindo que até às 15h30, hora da sessão de encerramento e entrega dos prémios, uma equipa de professores corrigisse as provas e apurasse os grandes vencedores. A Sessão de Encerramento foi apresentada pelos coordenadores do projeto, que agradeceram todo o apoio recebido das entidades públicas e privadas, dos professores envolvidos e das escolas da RAM, que é fundamental para a concretização do Campeonato. Na sua implementação, a iniciativa contou com o apoio de várias instituições públicas e privadas. Todos os finalistas receberam prémios de participação, ofertas do Parque Temático da Madeira, Aquaparque de Santa Cruz e hipermercados Continente. Os grandes vencedores foram ainda premiados com cheques oferta do Banif, passeios para observar a vida marítima da VMT Madeira e viagens ao Porto Santo, da Porto Santo Line. No AgenteXmini (5.º e 6.º anos), em primeiro lugar classificou-se a Agente Carolina Freitas Pires, da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Dr. Horácio Bento de Gouveia, em segundo lugar o Agente Francisco dos Santos Freitas, da Escola Básica e Secundária Bispo D. Manuel Ferreira Cabral e, em terceiro lugar, o Agente Bernardo José Sousa Silva, da Escola Básica e Secundária Dr. Luís Maurílio Dantas. No AgenteXmax (7.º e 8.º anos), em primeiro lugar classificou-se o Agente António Pedro Ribeiro Camacho, da Escola Básica dos 1.º, 2.º e 3.º Ciclos com Pré-Escolar Bartolomeu Perestrelo, em segundo lugar a Agente Sara Isabel Nunes Luís, da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Dr. Horácio Bento de Gouveia e em terceiro lugar a Agente Joana Patrícia Madruga Câmara, do Colégio Infante D. Henrique. Mais informações no sítio do AgenteX em: http://agentex.pt.vu I Torneio Nacional de Basquetebol 4x4 Trissomia-21 Duarte Sousa - Clube Desportivo “Os Especiais” No passado dia 21 de junho, pela primeira vez em Portugal, na cidade da Lousã, a Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Intelectual (ANDDI) - Portugal organizou o I Torneio Nacional de Basquetebol 4x4 Trissomia-21, competição nacional de basquetebol exclusivamente para atletas com Trissomia-21. Esta competição, de âmbito nacional, concretizou-se devido às diligências efetuadas junto às instâncias nacionais que tutelam o desporto adaptado para a realização e participação regular e efetiva no referido torneio. Neste sentido, o Clube Desportivo “Os Especiais” e a Associação Académica de Coimbra-Olhar 21 deram o mote e uniram sinergias para que os praticantes amantes desta modalidade pudessem disputar uma competição oficial. OI Torneio Nacional de Basquetebol 4x4 Trissomia-21, disputado entre as equipas do Clube Desportivo “Os Especiais” e da Associação Académica de Coimbra-Olhar 21, traduziu-se numa vitória para os madeirenses, por uma diferença acentuada de 20 pontos, fixando o resultado final num expressivo 28-8, fruto do excelente desempenho dos atletas Francisco Gouveia, Ana Semente, Dúlio Aguiar e Ricardo Santos, que evidenciaram grande qualidade a nível técnico. Após a realização deste torneio, seguiu-se a cerimónia de encerramento para a entrega de prémios, presidida por Fausto Pereira, Presidente da ANDDI-Portugal, e por José Costa Pereira, Vice-Presidente da referida Associação, que destacaram a qualidade e o êxito demonstrados pelas equipas intervenientes. Ficou em aberto a possibilidade da ANDDI-Portugal diligenciar um quadro competitivo de âmbito nacional junto dos seus associados, bem como divulgar e promover esta modalidade para atletas com trissomia 21. Para o efeito, as instituições nacionais presentes na cerimónia, ao observarem o sucesso deste evento, demonstraram interesse junto à ANDDI-Portugal para o enquadramento e a participação nesta vertente de Basquetebol 4x4, na época 2014-15. Considerando as dificuldades económicas existentes, transversais a todas as dimensões da sociedade, a participação no I Torneio Nacional de Basquetebol 4x4 Trissomia-21, tornou-se possível através da parceria entre a Direção Regional de Educação, o Clube Desportivo “Os Especiais” e as autarquias da Região Autónoma da Madeira. Sem perder de vista a importância da vitória e a taça conquistada, da parte do Clube, sentimo-nos honrados pela participação neste evento. Foi uma grande vitória e um estímulo para todos, pois o grau de satisfação patente no rosto dos atletas constituiu um grande motivo de orgulho, obtido através de um trabalho de persistência e de dedicação em prol da população com necessidades especiais, no âmbito do desporto adaptado. Para o cidadão com deficiência, o exercício físico pode ser um agente terapêutico. Neste contexto, o desporto adaptado é essencial, pois apresenta benefícios ao nível da reabilitação física e da inclusão social. Nesta dinâmica, é fulcral desenvolver esforços para promover cada vez mais o desporto adaptado, uma vez que a prática desportiva é uma forma privilegiada de inclusão social e de promoção da autoestima das pessoas com deficiência. Numa demonstração clara de que o desporto para todos constitui, para nós, muito mais do que uma simples afirmação, estes jovens continuarão a ter o nosso apoio, independentemente das suas capacidades técnicas, físicas ou outras. O Clube Desportivo “Os Especiais” estará sempre disponível para abraçar a prática desportiva e motivar todos aqueles que pretendam fazer dela um modo salutar de ocupação dos seus tempos livres e um meio de desenvolvimento das suas capacidades cognitivas, psicomotoras e socioafetivas. O desporto contribui para que o cidadão com necessidades especiais evidencie capacidades e aptidões físicas escondidas e fortaleça a sua autoconfiança, ajudando-o a vencer as suas próprias limitações. Exposição Elos Artísticos Roberto Rodrigues - Centro de Atividades Ocupacionais da Ponta do Sol Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso e trabalhar em conjunto é a vitória.(Henry Ford) A exposição Elos Artísticos, organizada pelo Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) da Ponta do Sol, em conjunto com a Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-Escolar (EB1/PE) do Lombo de São João, esteve patente no Centro Cultural John dos Passos, entre os dias 24 e 27 de junho de 2014. Esta iniciativa juntou jovens e adultos com necessidades especiais, alunos do 1.º ciclo e crianças da educação pré-escolar, numa missão criativa e artística, que culminou em verdadeiras obras de arte. Com o objetivo de ultrapassar possíveis barreiras e preconceitos, a exposição Elos Artísticos sublinhou as habilidades criativas dos “artistas”, proporcionando a imersão num mundo criativo, onde as diferenças e especificidades esbatem-se com naturalidade. A exposição surgiu assim como resultado das dinâmicas e iniciativas promovidas no decorrer do ano letivo 2013/2014, com os alunos da EB1/PE do Lombo de São João e com os utentes do CAO da Ponta do Sol, salientando-se a riqueza e a diversidade dos trabalhos apresentados através de modelos dimensionais e tridimensionais, tendo por base a criatividade e a reutilização de materiais. A inauguração decorreu no dia 24 de junho, na qual estiveram presentes diversas entidades locais e encarregados de educação, num ambiente dinâmico e profícuo em experiências multissensoriais, destacando-se um workshop sobre a técnica de trama, a demonstração desportiva de Boccia e a pintura conjunta ao vivo de duas telas, que teve por base a curta-metragem de animação “Cuerdas”, com uma inspiradora mensagem sobre o amor, a amizade e a igualdade entre os seres humanos. O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos. (Eleanor Roosevelt) A chave do sucesso desta iniciativa esteve no trabalho cooperativo entre o CAO da Ponta do Sol e a EB1/PE do Lombo de São João, que operacionalizaram novas experiências e oportunidades para os seus alunos, utentes e familiares, propiciando momentos interativos únicos, que marcaram a diferença no trilho da inclusão e com significância no bem-estar e satisfação de todos os envolvidos. Para que o “sonho” se torne realidade, é imprescindível trabalhar em conjunto, pois a tarefa que nos assiste, como agentes de educação, é grandiosa e exigente, dada a importância do constante ajustamento às especificidades e ao ritmo próprio de cada um. Como tal, Elos Artísticos pretendeu constituir um marco no concelho da Ponta do Sol, para que a igualdade de oportunidades e a participação na comunidade sejam uma realidade. “O caminho só se faz caminhando…” pelo que pretende-se manter e diversificar a respetiva exposição já no próximo ano letivo, alargando se possível, a participação e a envolvência de todas as escolas do concelho da Ponta do Sol. Intercâmbio à Ilha de São Miguel Açores 2014 Susana Brito, Maurília Cró e Utentes- Centro de Atividades Ocupacionais da Ribeira Brava O Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) da Ribeira Brava dedicou muita energia, criatividade e empenho na organização de atividades para angariação de fundos e apoios, com vista à realização de um projeto muito ambicionado - Visita à ilha de São Miguel, nos Açores. Este projeto foi idealizado tendo em vista a concretização de dois objetivos: uma visita turística - colónia de férias - e a realização de um intercâmbio com os CAO’s da ilha de São Miguel. Este último representando uma enorme mais-valia em termos de cooperação institucional e visando a criação de um ambiente de troca e de partilha de ideias e experiências entre pares. Assim, no dia 19 de julho, o grupo de 20 pessoas, entre utentes e profissionais do CAO da Ribeira Brava viajaram ao encontro das paisagens verdejantes de São Miguel para uma estadia de 7 dias. O estabelecimento do rico e diversificado programa para a semana, bem como do orçamento global do projeto, foi possível com o apoio, cooperação e generosidade de diversas entidades públicas e privadas da Região Autónoma da Madeira e dos Açores e das famílias dos utentes. Estas tornaram possível, entre outras, o passeio de barco para observação de cetáceos, a visita aos locais mais emblemáticos da ilha, tais como a Lagoa das Sete Cidades e as Furnas, onde nos deslumbrámos com a beleza e a frescura do Parque Terra Nostra e onde também nos deliciámos com os mergulhos nas águas quentes e terapêuticas, conhecidas como as Poças da D. Beija. Visitámos a fábrica de chá Gorreana, bem como o museu do tabaco, localizados na freguesia da Maia, na costa norte da ilha. Os mergulhos nas águas límpidas e refrescantes do Ilhéu de Vila Rança do Campo - Monumento e Reserva Natural - serão também inesquecíveis. Em suma, esta semana proporcionou ao grupo diversas vivências novas, muito prazerosas e recordações de expressões e olhares de encanto no rosto dos nossos jovens. O Silvino emocionado ao avistar o mergulho de uma baleia “isto é maravilhoso, perfeito”. Gostou também de ver os golfinhos e as tartarugas, de beber um chá e comer maçarocas e lambecas, de dar mergulhos e jogar snooker, lembrando-se que “a jogar snooker o Carlos quase que partia o taco”. A Elisabete verbalizava a cada experiência nova “eu não estou a gostar, eu estou a adorar.” A expressão de surpresa e prazer da Marília ao entrar na “água quentinha”. O Luís disse-nos que gostou muito da lagoa de Santiago e dos miradouros, mas também das explicações detalhadas que o senhor Pimentel nos fez durante todo o passeio. “Nos CAO’s convivemos, almoçamos e demos passeios”, relembrou-nos o Silvino, pois como referido também foram realizadas visitas a dois Centros de Atividades Ocupacionais, o da Ribeira Grande e o da Maia, pertencentes à Santa Casa da Misericórdia, da Ribeira Grande e da Maia, respetivamente, denominando-se deste modo de instituições particulares de solidariedade social. No CAO da Ribeira Grande, recentemente inaugurado, verificámos que este não só dispõe de excelentes condições físicas, como está também muito bem equipado. Retivemos as imagens do tanque terapêutico, da sala snoezelen, da sala de motricidade, da sala de representação (área de expressões artísticas) e do apartamento para treino de atividades de vida diária. Ressalve-se que estes dois últimos foram alvo de muito interesse e curiosidade por parte de todo o grupo. Constatámos ainda que as áreas de intervenção têm uma vertente muito terapêutica, não só pelos recursos físicos, mas também pela constituição da equipa técnica, que integra não só assistentes técnicos, como um terapeuta ocupacional e um psicomotricista. Contudo, não dispõem de docentes na equipa, ao contrário da nossa dinâmica. Em contraste com a última realidade, o CAO da Maia encontra-se num edifício mais antigo, com condições físicas menos favoráveis e mais semelhantes às nossas. A equipa técnica dispõe de profissionais de áreas pouco diversificadas, onde se realça a existência de um único técnico superior, que é a coordenadora do CAO. As atividades são de cariz mais ocupacional - trabalhos de artes criativas e têxteis e participação dos jovens em ações culturais, desportivas e recreativas. Através desta experiência constatámos também que o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido aqui na Região, através da Direção Regional de Educação, apresenta atualmente uma maior abrangência relativamente aos âmbitos de atuação, o que é visível, por exemplo, nos inúmeros protocolos de cooperação e parcerias estabelecidos entre os CAO’s e instituições públicas e privadas, possibilitando a concretização de um efetivo trabalho de ligação à comunidade. Regressamos com boa recordações, novos amigos e vontade de voltar! V CEA foi um sucesso Paulo Esteireiro- Divisão de Investigação e Multimédia O V Congresso de Educação Artística (CEA) terminou com sucesso no dia 12 de setembro. Este evento foi organizado pelo Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos, e decorreu entre os dias 10 a 12 de setembro, na Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos Dr. Horácio Bento de Gouveia. Ao longo destes três dias realizaram-se vinte e dois workshops, dezassete comunicações científicas e conferências, dois concertos, quatro documentários e três números artísticos. No total, participaram mais de duzentos e vinte profissionais das áreas da educação e das artes no congresso, mas a procura para participar neste evento ultrapassou este número. Não foi infelizmente possível à organização aceitar mais inscrições, devido à lotação do auditório da referida escola. Como grande novidade, destacou-se o alargamento do congresso de dois para três dias, permitindo assim duplicar as sessões de workshops nas várias áreas artísticas e multimédia quer em número, quer no seu tempo de duração. Um dos momentos altos do V CEA foi a conferência de abertura realizada pelo Prof. Doutor Rui Vieira Nery, que foi imensamente aplaudida. Destacou-se ainda o Prémio Educação Artística 2014 que premiou o trabalho realizado pelas escolas das bandas filarmónicas na formação das crianças e jovens da Madeira, ao longo de mais de 100 anos. Tal como nas edições anteriores, a organização do congresso procurou manter o equilíbrio entre áreas artísticas variadas, tais como o teatro, a dança, as artes plásticas a música e a multimédia, existindo workshops e comunicações em todos estes campos. Este ano debateram-se três temas principais que são problemas centrais da atualidade educativa: “o papel das artes na gestão da (in)disciplina”; “ecoarte: sustentabilidade e empreendedorismo”; e “um olhar holístico sobre a educação artística”. O sucesso foi de tal ordem que houve quem partilhasse nas redes sociais que entrou no congresso desanimado com a situação atual da classe docente, mas que saiu deste evento entusiasmado por ter integrado o mundo da educação artística nos últimos anos. Este testemunho comprova que o CEA consiste, primordialmente, num momento importante de partilha de conhecimentos e de novas estratégias de ensino, mas que funciona também como um importante evento de arranque de ano letivo em que os vários colegas de educação artística convivem de forma saudável e criam um sentimento de orgulho em pertencerem à classe docente. O V CEA foi operacionalizado pela Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia da Direção Regional de Educação. A produção foi da Associação Regional de Educação Artística. Transformar Dançando Carolina Silva - Centro de Atividades Ocupacionais de São Vicente Filipa Costa- Projeto Transformar Dançando Henrique Amoedo- Grupo Dançando com a Diferença O projeto Transformar Dançando enquadrou-se no programa Juventude em Ação - ação 1.2 - Iniciativas Jovens, tendo em vista a criação de um grupo de dança constituído por jovens com necessidades especiais (NE) e associado a este, a formação de um grupo de apoio aos encarregados de educação, que ajudasse a facilitar o desenvolvimento e a aquisição de competências nos jovens bailarinos. Este projeto contou com a valiosa parceria do Centro de Atividades Ocupacionais de São Vicente e do Grupo Dançando com a Diferença e culminou com a criação de uma coreografia - MOVIDOS Movimentos Vividos-, de Telmo Ferreira e Joana Ako, que estreou no Centro das Artes “Casa das Mudas”. O trabalho realizado com os dois grupos visou a criação de oportunidades de participação, de construção de um papel ativo na sociedade, através da aquisição de competências, tanto artísticas, quanto pessoais e sociais, trabalhadas ao longo de todo o processo pedagógico e artístico. Deu ainda oportunidade para que os jovens e os encarregados de educação vivenciassem todo um processo de criação artística, que culminou na apresentação pública de um trabalho. A participação neste processo tentou colmatar as desigualdades regionais inerentes à zona periférica e isolada onde residem, que carateriza este grupo no patamar das poucas oportunidades de vivência artística, social e cultural. Por outro lado, sabemos que as atitudes sociais relativas à pessoa com NE têm percorrido um longo percurso, desde a segregação, até, mais recentemente, à inclusão. Na procura da realização da inclusão e das formas que a podem operacionalizar, a arte, como por exemplo, a dança, tem sido uma grande facilitadora desse movimento. A dança tem estado sempre presente na história da civilização e desde então tem exercido vários papéis, desde o favorecimento de coletividade, da integração e da educação. É uma linguagem universal, pois torna possível contar uma história com início, meio e fim e, através dos movimentos dançados, suplanta todas as barreiras físicas. Neste sentido, este projeto teve como objetivo utilizar a dança como um veículo promotor da inclusão social e integração plena do indivíduo com NE na sociedade, uma vez que a dança, apresentada artisticamente, pode ajudar a diminuir preconceitos. Tivemos ainda como meta a mudança da imagem social da pessoa com deficiência, não esquecendo que não só a sociedade se deve ajustar ao indivíduo, como o próprio deve trabalhar no sentido de se adaptar à sociedade. Para que o indivíduo possa assumir esse papel ativo, é crucial apoiar a sua rede de suporte, desenvolvendo estratégias internas que lhe possibilitem uma maior autonomia, crença nas suas capacidades e exigência de participação plena na sociedade. Tendo em vista as nossas metas, ao longo de 212 dias, o grupo de jovens com 11 elementos, apoiados pelos seus encarregados de educação, esteve envolvido ativamente em todo o processo de criação artística, que incluiu não só a aquisição de competências na área da dança, mas também a participação na construção coreográfica, na construção do cenário e do figurino e ainda na produção e divulgação do espetáculo. Ao longo do processo, foi possível observar uma grande evolução em todos os participantes, tanto ao nível dos movimentos, quanto ao nível das competências pessoais e sociais. Desenvolvendo o seu potencial, validando-o como positivo, desenvolveram-se pessoas mais seguras, ativas e confiantes. Em todos os jovens tivemos o prazer de presenciar o seu potencial para a dança, o SER para além da deficiência. Este projeto permitiu ainda fornecer um espaço livre de preconceitos, onde os jovens puderam explorar e desenvolver capacidades, que não lhes eram anteriormente acessíveis. Aliado ao grupo de dança, o trabalho com os encarregados de educação desenvolveu-se no sentido da desconstrução de preconceitos associados à deficiência, de crenças em incapacidades pré-estabelecidas. Essa desconstrução possibilitou o entendimento de que se trabalharmos a aptidão, em vez da dificuldade, o ser humano corresponde e eleva--se. É este o sentimento que ansiamos que tenha sido transmitido ao público, por altura da apresentação em espetáculo. O sentimento de que a capacitação dos indivíduos, potenciada pelo “olhar além da incapacidade”, é por sua vez traduzida num trabalho com a necessária qualidade para ser condignamente apresentado ao público, não como apresentação pedagógica, mas como produto artístico. Apesar de ter sido um projeto de curta duração, as experiências vividas e as competências sociais e artísticas desenvolvidas a partir do trabalho concretizado permitiram dar tanto aos jovens com NE, quanto aos encarregados de educação, ferramentas para que a longo prazo possam, cada vez mais, exigir um papel ativo na construção de uma sociedade mais inclusiva. Abertura de Unidades Especializadas Beatriz Ferreira, Carmo Abreu e Sérgio Amaral - Divisão de Apoio Psicopedagógico No passado dia 18 de setembro do presente ano letivo, a Escola Básica e Secundária de Santa Cruz abraçou um novo projeto em parceria com o Centro de Apoio Psicopedagógico (CAP) de Santa Cruz, com a abertura de uma Unidade de Ensino Especializado. Do mesmo modo, no dia 22 de setembro deste ano, a Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos da Torre e a Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco, juntamente com os Centros de Apoio Psicopedagógicos dos respetivos concelhos, acolheram e inauguraram Unidades de Ensino Especializado. As inaugurações contaram com as presenças do Exmo. Senhor Secretário Regional da Educação e Recursos Humanos, Exmo. Senhor Diretor Regional de Educação, Exmo. Senhor Diretor Regional dos Recursos Humanos e da Administração Educativa, Exmos. Senhores Presidentes do Conselho Executivo das referidas escolas e demais convidados. Os presentes ressalvaram a necessidade de continuar a percorrer o caminho da inclusão, tendo em conta os alunos com necessidades educativas especiais, atendendo simultaneamente, às necessidades das famílias envolvidas, não só enquanto núcleo, mas também na sua interação com a comunidade. Vincaram, ainda, a necessidade de um esforço conjunto e o respeito pelas idiossincrasias de cada aluno. Estas Unidades Especializadas, funcionando como um recurso da própria escola, contam com uma sala devidamente equipada e beneficiam de apoio permanente de duas docentes especializadas e de pessoal não docente. Constituem uma resposta educativa especializada e diferenciada que visa apoiar a educação dos alunos com problemas graves de cognição e situações de multideficiência, associados a limitações sensoriais ou motoras, ou de surdocegueira congénita, permitindo a participação ativa destes alunos no seu processo de aprendizagem e a vivência de experiências de sucesso. Este tipo de resposta é desenvolvido em escolas que concentrem grupos de alunos que, como já foi referido anteriormente, devido à particularidade das suas necessidades e aos seus níveis de desenvolvimento, precisam do apoio de serviços específicos, nos seus contextos naturais, sempre que possível, de modo a responder à especificidade das suas necessidades e onde possam participar o mais ativamente possível nas aprendizagens e sentirem-se aceites no grupo de pares e na comunidade a que pertencem. Deste modo, promovem-se oportunidades de acesso e sucesso educativo, escolar e social. Constituem então objetivos das Unidades de Ensino Especializado: - promover a participação dos alunos com problemas graves de cognição e situações de multideficiência, associados a limitações sensoriais ou motoras, ou de surdocegueira congénita, nas atividades curriculares e de enriquecimento curricular junto dos pares da turma a que pertencem; - aplicar metodologias e estratégias de intervenção interdisciplinares visando o desenvolvimento e a inclusão social e escolar dos alunos; - assegurar a criação de ambientes estruturados, securizantes e significativos para os alunos; - proceder às adequações curriculares necessárias; - adotar opções educativas flexíveis, de caráter individual e dinâmico, pressupondo uma avaliação constante do processo de ensino e de aprendizagem do aluno e o regular envolvimento e participação da família; - assegurar os apoios específicos ao nível das terapias, da psicologia e da orientação e mobilidade aos alunos que deles possam necessitar; - organizar o processo de transição para a vida pós-escolar. Primeiro-ministro entrega prémio à Escola do Porto da Cruz Manuel Luís - Escola Básica dos 1.º. 2.º e 3.º Ciclos com Pré-Escolar do Porto da Cruz A Escola Básica dos 1.º, 2.º e 3.º Ciclos com Pré-Escolar do Porto da Cruz recebeu no passado dia 26 de setembro, em Aveiro, um prémio da Fundação Ilídio Pinho. A entrega processou-se na presença do Eng.º Ilídio Pinho, presidente desta fundação, do Primeiro-ministro de Portugal e do Ministro da Educação e da Ciência. O prémio enaltece a participação no 1.º escalão (educação pré-escolar) na 11.ª edição do Prémio Fundação Ilídio Pinho “Ciência na Escola”, iniciativa a nível nacional. A escola recebeu uma menção honrosa pela implementação do projeto Em Busca do Ouro Branco no ano letivo que cessou. O projeto consistiu na exaltação do passado da ilha da Madeira, em que a cultura da cana-de-açúcar foi uma espécie de “ouro branco” que contribuiu, de forma incontestável, para o crescimento económico e social da Região. A acompanhar esta cultura estavam os engenhos que, espalhados um pouco por toda a ilha, obtinham da cana-de-açúcar os seus preciosos derivados. O número de engenhos foi variando consoante os interesses económicos, mas o facto é que atualmente são poucos os que laboram de forma regular, encerrando em si séculos de história que fazem parte do património desta ilha. Atendendo à importância que a cana-de-açúcar continua a ter na freguesia e na Região, e ao facto de, ainda, aqui, existirem dois engenhos que ainda laboram, a iniciativa fez todo o sentido, conseguindo um enquadramento social perfeito. O projeto pretendeu despertar a atenção das crianças para este recurso natural, envolvendo não só uma vertente histórica, mas também social, científica e patrimonial. Foi nosso objetivo aliciar as crianças para o querer conhecer, o questionar, o envolver e o valorizar o que as rodeia, desenvolvendo nelas a perspicácia necessária para ultrapassar dificuldades. As crianças puderam plantar e verificar quais as condições necessárias para a cana-de-açúcar se desenvolver, visitámos e realizámos a apanha desta cultura num terreno agrícola, observámos, a nível microscópico, as diferentes partes da cana-de-açúcar. Visitámos os engenhos existentes na ilha, conhecendo os diferentes derivados desta cultura. Saboreámos, e pudemos confecionar diferentes produtos relacionados com esta cultura. Envolvemos os encarregados de educação e todos os grupos interdisciplinares da escola, num projeto que saiu várias vezes do contexto de sala de aula, para ir ao encontro de outras formas de transmissão de conhecimentos. Neste âmbito, são de salientar dois momentos em especial: o primeiro, a participação no mercado quinhentista, em Machico, onde se conseguiu produzir garapa, e, daí, chegar à produção de açúcar. O segundo momento foi a realização de uma exposição no engenho da freguesia, onde foi possível apresentar a toda a comunidade as fases do projeto, bem como as atividades desenvolvidas e os conteúdos trabalhados. Promoção e Valorização do Património Cultural e Tradicional de Câmara de Lobos Filipa Fragoeiro - Centro de Atividades Ocupacionais de Câmara de Lobos No Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) de Câmara de Lobos, desenvolveu-se, no ano letivo 2013/2014, um projeto denominado Promoção e Valorização do Património Cultural e Tradicional de Câmara de Lobos. Este projeto foi candidatado a um fundo de financiamento proveniente da União Europeia, do Programa Juventude em Ação, e após aprovação do mesmo deu-se início à sua concretização. Inicialmente, através deste projeto os jovens/utentes aprenderam a manusear a máquina fotográfica e de filmar e posteriormente tiveram oportunidade de conhecer melhor as tradições e cultura da sua terra através de algumas visitas e da participação em eventos ao longo do ano letivo. Estas atividades foram documentadas em fotografia e filme, nomeadamente as festas tradicionais como a Apanha da castanha no Curral das Freiras, a Festa das vindimas no Estreito de Câmara de Lobos, as Cerejeiras em flor, algumas levadas, serras e paisagens típicas do concelho, incluindo a beleza da costa marítima, sua baía e tradições piscatórias. Paralelamente, conseguiu-se fortalecer o Grupo Folclórico de Câmara de Lobos. Este grupo foi criado em 2012 no CAO, com um pequeno número de participantes, mas durante o último ano letivo aumentou para 17 elementos efetivos, incluindo utentes e alguns profissionais. Este projeto permitiu a aquisição de novos trajes, acessórios e instrumentos musicais que vieram enriquecer o grupo e melhorar a qualidade das atuações. Futuramente poderão ser integrados neste grupo outros elementos, tanto do CAO, como da comunidade. Durante 10 meses realizaram-se atuações em escolas, centros de dia e lares de terceira idade, bem como o espetáculo final de apresentação do referido projeto, onde estiveram em exposição as fotos e os trabalhos concebidos pelos utentes neste âmbito. Graças ao interesse e à qualidade das apresentações, o objetivo atual do Grupo Folclórico é alargar o público-alvo, contribuindo positivamente para a diversidade da oferta cultural e musical do concelho e promover uma verdadeira inclusão da pessoa com deficiência. O balanço final foi muito positivo pois, para além da riqueza cultural adquirida pelos nossos utentes, permitiu a aquisição de outras competências e o aumento da autoestima dos mesmos, num sentido verdadeiramente inclusivo, pois sentimos o reconhecimento do trabalho por parte da comunidade. Serviu também para promover e valorizar o património cultural e tradicional deste concelho que por vezes é reconhecido por aspetos menos positivos. Videoclips da DRE/DSEAM na RTP-M Paulo Esteireiro - Divisão de Investigação e Multimédia Uma produção audiovisual de defesa da identidade regional começou a ser transmitida diariamente na RTP-M, no passado dia 20 de outubro. O projeto é promovido pelo Governo Regional da Madeira, através da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos e divide-se em duas séries de videoclips com músicos, músicas e instrumentos tradicionais madeirenses, intituladas de: Músicos da Madeira e Cordofones Tradicionais Madeirenses. Os programas são coordenados pela Direção Regional de Educação através da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia e contam com o patrocínio exclusivo do Grupo Sousa. Tendo em consideração que a música e as obras de arte são parte crucial da identidade regional e um verdadeiro cartão de visitas da Madeira no exterior, o Governo decidiu assim produzir programas audiovisuais com o propósito de promover a identidade regional junto da comunidade educativa e para estimular a criação de artistas madeirenses. A série de videoclips Músicos da Madeira já começou a ser filmada há pouco mais de um ano e envolve alguns dos músicos e grupos mais emblemáticos da Madeira, entre os quais se destacam os seguintes: Banda D’Além; Si que brade; Xarabanda; Ensemble de Acordeões da DRE/Educação Artística; Orquestra de Bandolins da DRE/Educação Artística; Orquestra de Cordas; Orquestra Clássica da Madeira; entre outros. Esta série visa dar a conhecer músicos e autores a atuar na Madeira e cada vídeo inclui, além da música, uma breve entrevista com o líder do grupo em destaque. A série de videoclips Cordofones Tradicionais Madeirenses tem como principais propósitos demonstrar a qualidade dos novos intérpretes e relembrar a importância destes instrumentos no contexto mundial. Entre os músicos e grupos envolvidos destacam-se: Vítor Filipe, Roberto Moritz, Roberto Moniz e Guilherme Órfão. Estes projetos surgem na sequência de outras produções próprias da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos, que visam defender e divulgar a cultura regional, tais como: séries de documentários sobre o património madeirense (duas séries de 12 documentários sobre Músicos Madeirenses e série de 6 documentários sobre Artistas Plásticos); CDs com canções de autores da RAM; manuais com CDs e DVDs; produtos multimédia; entre outros. Circuito Lúdico e Gímnico Escolinhas de ginástica Iolanda Gomes - Direção de Serviços do Desporto Escolar Os alunos do 1.º ciclo do ensino básico tiveram uma atividade denominada Circuito Lúdico e Gímnico, que decorreu nas instalações do Clube Desportivo Nacional, com todas as escolas da Madeira presentes, exceção feita às do Porto Santo. Nesta organização da Direção de Serviços do Desporto Escolar (DSDE) foi evidente o prazer das crianças em experimentar um conjunto de atividades, onde se enquadraram a perícia, a manipulação e os jogos lúdicos. Esta atividade decorreu sob a coordenação do Departamento de Ginástica da DSDE, setor que em 2013 implementou o projeto ‘Escolinhas de ginástica’, visando alargar a formação gímnica ao 1º ciclo. O projeto apresenta uma vertente pedagógica da ginástica como conteúdo e matéria de ensino, integrada nas atividades de enriquecimento curricular das Escolas de 1.º ciclo do ensino básico da RAM. Os coordenadores da ginástica responsáveis pelo projeto, Albérico Filho e Iolanda Gomes, acreditam que este propósito pode ser concretizado por meio da Ginástica Geral, na medida em que esta tem por perspetiva a integração das diversas manifestações gímnicas e outros componentes da cultura corporal, sendo a sua principal caraterística a ausência de competição. Sem a intenção de formar ginastas de competição, a ginástica na escola pode e deve proporcionar vivências gímnicas enriquecedoras baseadas numa metodologia de experimentação lúdica, atendendo à faixa etária e ao nível de desenvolvimento dos alunos que a frequentam. Com a ambição de generalizar a prática gímnica na população estudantil, os coordenadores procuraram abranger todas as zonas da RAM. Assim, neste momento, participam um total de 9 escolas, distribuídas pelo Funchal, Curral das Freiras, zona Oeste e Este da RAM. Nesse sentido, os coordenadores elaboraram um programa com diversos conteúdos, que funciona como um documento orientador à ação que os docentes de Educação Física desenvolvem nas escolas. Paralelamente, efetuam estágios de formação para os professores associados ao projeto e que são fundamentalmente orientados para a apresentação de estratégias e metodologias de ensino da ginástica, procurando através deles incrementar os conhecimentos específicos da modalidade, enriquecendo e valorizando a formação dos orientadores das escolinhas, fomentando a sua segurança na intervenção prática. De modo a caraterizar os efeitos preliminares do projeto, foram aplicados testes motores da bateria de teste KTK, no início e no final do ano letivo, para realizar uma primeira análise exploratória do desenvolvimento das capacidades coordenativas, da força e resistência abdominal, da flexibilidade e força superior. Para o efeito, e para a posterior análise estatística, foi estabelecida uma parceria com a Universidade da Madeira (UMa), onde contaram com a preciosa colaboração da Dra. Ana Rodrigues, do Departamento de Educação Física, e de alguns alunos da UMa. Os resultados indicam que este projeto, mesmo com um curto período de intervenção, constitui uma mais-valia no desenvolvimento global e harmonioso das crianças e, com base nos resultados, foi já possível tecer algumas considerações sobre que conteúdos e metodologias deverão ser privilegiadas para melhorar o desempenho, sendo agora intensão da DSDE promover formação nesse âmbito. Sem a ousadia de grandes pretensões, a DSDE acredita que este modelo de intervenção será adequado às necessidades e permitirá que o essencial seja conseguido. A seu tempo revelará o contributo na evolução qualitativa da ginástica no Desporto Escolar da RAM. Multiatividades desportivas Duarte Azevedo - Direção de Serviços do Desporto Escolar O Parque de Santa Catarina, um palco maravilhoso sobre a baía do Funchal, acolheu, uma vez mais, as Multiatividades Desportivas, organizadas pela Direção de Serviços do Desporto Escolar. Nesse sentido, praticamente todas as escolas do primeiro ciclo do ensino básico da Região Autónoma da Madeira dos diversos concelhos, com exceção do Porto Santo, estiveram representadas, perfazendo um total de 900 alunos de 109 estabelecimentos de educação e ensino. Orientação, slide, escalada, voleibol, atletismo e aeróbica foram as atividades desenvolvidas pelos alunos, com evidente agrado geral. “O que eu gostei mais foi do slide”, confessa Lúcia, 9 anos, aluna da Escola Básica do 1.º Ciclo com Pré-Escolar (EB1/PE) da Madalena do Mar. Já Francisca, também de 9 anos, da EB1/PE do Palheiro Ferreiro, nota que a “estação aventura” foi a que mais lhe agradou, ao passo que Gonçalo, 8 anos, da EB1/PE de São Gonçalo, não tem dúvidas: “Gostei de tudo!”. A ponto de, logo de seguida, acrescentar: “Quero vir mais vezes!”. Mas se o agrado foi geral, há sempre especificidades. “Gostei particularmente do voleibol e da escalada”, opina Joana, 9 anos, da EB1/PE Ribeiro Domingos Dias. “Slide e escalada”, aponta Fábio, 8 anos, da EB1/PE do Lombo de São João (Ponta do Sol). Mas o contentamento não foi apenas e só dos alunos. Os docentes também ficaram agradados com esta iniciativa, repetida nos últimos anos, da Direção de Serviços do Desporto Escolar. “Está tudo muito bem organizado e é do agrado dos alunos”, reconhece David Henriques, professor da EB1/PE do Campanário (Igreja) e da EB1/PE da Corujeira. Durante uma semana, a atividade foi intensa no belo cenário do Parque de Santa Catarina, claramente ainda mais ‘risonho’ com a presença dos jovens alunos madeirenses. Estreia mundial do Bailado Flor Bela e Louca no Funchal Carlos Gonçalves - Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia Estreou-se no passado dia 20 de novembro, no Teatro Municipal Baltazar Dias, um Bailado original baseado na vida e obra da poetisa portuguesa Florbela Espanca, nascida em Vila Viçosa a 8 de dezembro de 1894 e falecida em Matosinhos a 8 de dezembro de 1930, de seu nome completo, Flor Bela de Alma da Conceição Espanca. Com sete récitas totalmente esgotadas, foi possível ao público madeirense e aos turistas se deliciarem com esta obra, criada e interpretada integralmente por artistas madeirenses. Por detrás desta criação, está a comemoração dos 30 anos de práticas artísticas extraescolares no âmbito da Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia (DSEAM) da Direção Regional de Educação. Estas atividades são frequentadas por cerca de 1.100 alunos em diversas áreas artísticas (música, teatro, dança, artes plásticas e multimédia), com a particularidade de se terem criado, ao longo dos tempos, agrupamentos artísticos que dinamizam uma Temporada Artística, anual, com cerca de 220 concertos/espetáculos por toda a Região Autónoma da Madeira. Graças a estas práticas, tem sido possível a esta instituição da Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos, levar a efeito, eventos com grande envolvimento, protagonizados pelos professores (músicos, bailarinos, atores, produtores) e alunos que dão corpo a todo e qualquer projeto de simbiose das artes do espetáculo. A DSEAM vem organizando, desde 2005, um conjunto de espetáculos de grande qualidade artística, todos eles em estreia mundial na Madeira, a saber: 2005 - “Quem tramou a flauta mágica?”, baseado na ópera “A flauta mágica” de Mozart; 2005 - o musical de Jorge Salgueiro com libreto de Ester Vieira “A voz na seda das palavras”; 2006 - “Carmen em ritmo de hip-hop”, nova adaptação de uma ópera famosa “A Carmen de Bizet”; 2007 - “Rigoletto e o portal de cristal”, baseado no Rigoletto de Verdi; 2008 - Ópera romântica “Orquídea branca”, um original de Jorge Salgueiro com libreto de João Aguiar, com repetição em 2009; 2010 - Ópera contemporânea “O salto”, novamente um original de Jorge Salgueiro com libreto de Miguel Esteves Cardoso e, finalmente, em 2014 “Flor, Bela e Louca”. Com esta última produção, a organização apresentou o seu primeiro Bailado, envolvendo um total de 157 artistas em palco, de entre músicos, bailarinos e atores, para além de mais de 20 técnicos nas áreas como produção, multimédia, sonoplastia, luminoteca, e ainda, pessoal técnico do próprio Teatro Municipal. De destacar a particularidade deste ter sido um projeto todo ele criado, produzido e protagonizado por artistas exclusivamente madeirenses. Estamos em crer que nesta Região, ao longo das últimas décadas, estão a ser dados os passos necessários e estratégicos com vista à formação, não apenas de novos artistas, mas também de públicos. Sobre “Flor, Bela e Louca”, desde logo, a ideia, as coreografias e o papel de protagonista são de Juliana Andrade (uma jovem e promissora coreógrafa, que estudou dança na Escola Superior de Dança de Lisboa e é Mestre em Ensino de Educação Musical). Em relação à música e à direção de orquestra são de João Caldeira (outro jovem compositor, Licenciado em Música pela Escola Superior de Educação de Coimbra e que estuda atualmente composição, através de e-learning, na Berklee College of Music nos EUA). João Caldeira referiu que criou toda a parte orquestral através de texturas retratando os “altos e baixos” de Florbela, com recurso a timbres diferenciados e a determinada mistura de instrumentos. No que concerne à orquestra, teve como base a Orquestra de Sopros da DSEAM, tendo-se incluído também cordas de arco, bandolins, cordofones tradicionais, acordeão, percussão e vozes (coro), num total de 56 músicos e cantores. A encenação foi de Miguel Vieira (professor e ator com reconhecido mérito). Falando um pouco sobre a obra musical, podemos referir que para o jovem compositor João Caldeira, a mesma está num nível de qualidade bastante aceitável, com cenas mais bem conseguidas do que outras, mas na sua generalidade de muito bom gosto. Conhecendo o curto percurso deste compositor podemos constatar o seu desenvolvimento ao longo dos últimos dois anos, encontrando-se neste momento numa fase de amadurecimento e crescimento muito positivo. Auguramos-lhe um percurso sólido e de sucesso para o futuro. A coreógrafa e primeira bailarina, Juliana Andrade fez um trabalho simplesmente notável quer na criação, quer na sua própria interpretação do papel principal, onde representava a Florbela Espanca. De uma criatividade fora do comum e um sentido crítico muito apurado, duas mais-valias para quem pretende continuar a criar de preferência “fora da caixa”. Também à Juliana Andrade vaticinamos um futuro frutífero de sucessos. Com salas lotadas durante as sete apresentações, este Bailado com a duração de 1 hora e 20 minutos, foi assistido por 1.180 espetadores e foi mais uma aposta ganha pela DSEAM. Ouvimos vários dos espetadores que nos confidenciaram a sua enorme satisfação pelo trabalho apresentado, bem como o seu regozijo por numa Região Autónoma como a Madeira sermos capazes de criar uma obra tão brilhante como esta. Muitos sugeriram que a mesma deveria ser apresentada em Portugal Continental, não só pela sua qualidade, mas também pelo tema da mesma que é do conhecimento da maioria dos portugueses. Uma ideia que se deixa à consideração dos produtores e agentes culturais das grandes cidades do nosso país. Inclusão: Tornemos o desafio real! Revista Diversidades A Semana Regional da Pessoa com Necessidades Especiais (SRPNE) 2014, organizada pela Direção Regional de Educação, decorreu de 2 a 10 de dezembro, sob o lema Inclusão: Tornemos o desafio real! Com o objetivo de envolver e sensibilizar todos aqueles que lutam por um futuro melhor para a população com necessidades especiais, esta iniciativa assinala dois importantes marcos nesta causa - Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3 de dezembro) e Dia Nacional da Pessoa com Deficiência (9 de dezembro). Este ano, o evento foi apadrinhado pelas seguintes personalidades: Mafalda Freitas (Presidente do Clube Naval do Funchal), José Luís Medeiros Gaspar (presidente da Associação de Desenvolvimento da Costa Norte da Madeira), Carlos Pereira (Presidente do Club Sport Marítimo), Juan Teixeira (diretor geral da empresa Justino’s Madeira Wines), André Freitas (diretor da Estalagem da Ponta do Sol) e Carla Gonçalves (projeto Movit - Casa do Povo do Porto Santo). À semelhança do ano transato, a Semana Regional da Pessoa com Necessidades Especiais de 2014 destacou-se pela sua componente concelhia, pelo que em cada município foram dinamizadas diversas iniciativas por todos os estabelecimentos de educação e ensino e instituições da educação especial da Região Autónoma da Madeira, incluindo o Porto Santo, mobilizando a globalidade da comunidade educativa, numa perspetiva de verdadeira inclusão. As atividades realizadas no âmbito da SRPNE trouxeram à Região um novo alento na caminhada inclusiva e na garantia dos direitos de todas as crianças, jovens e adultos com e sem necessidades especiais. De realçar o generoso apoio dos diversos patrocinadores públicos e privados, sem o qual não seria exequível a realização deste evento, viabilizando mais um passo rumo a uma educação de qualidade e verdadeiramente inclusiva.